Cotidiano

Comércio cresce e indústria tem melhor expectativa em 5 anos

Fiep e Fecomércio divulgaram projeções onde estimam avanços importantes para os últimos anos no estado

Toledo – Os últimos anos não têm sido fáceis para a indústria do Paraná. No oeste do Estado, considerando as 33,5 mil plantas nas microrregiões de Cascavel, Toledo e Foz do Iguaçu que empregam cerca de 82 mil pessoas com carteira assinada, o último triênio foi de demissões, enxugamento de gastos, pé no freio com os investimentos, cautela, adiamento de planos e muita incerteza.

Depois da frustração de 2018, o ano 2019, pelo que se desenha, será um ciclo promissor. Ao menos os empregadores estão com planejamento afiado para que isso ocorra.

Essa foi a tônica de uma espécie de balanço anual e de projeções e expectativas divulgados ontem pela Fiep (Federação da Indústria do Estado do Paraná). Desde 2013 os empresários paranaenses não se mostravam tão otimistas quanto agora.

Questionados sobre a expectativa de suas empresas para o ano de 2019, 81% dos consultados em todo o Paraná responderam estar otimistas com o ano que se aproxima. Um índice assim não era visto desde 2013, no auge da geração de emprego e em pleno crescimento econômico. Apenas 18% disseram estar cautelosos, mas sem uma opinião definida, enquanto menos de 1% disse estar pessimista com o novo ano.

Em 2013, 84% dos empresários consultados acreditavam que 2014 seria um bom ano para a economia. Para se ter uma ideia, no ano passado esse índice era de 64%.

Público-alvo

Para a pesquisa foram ouvidos 620 indústrias de todas as regiões do Paraná e de todos os portes, sendo 425 delas com matriz no Estado. Segundo a Fiep, as empresas ouvidas são responsáveis pela geração de 75,7 mil empregos. “Acreditamos de fato, pelo cenário que se desenha, que teremos um ano de 2019 muito melhor do que foi 2018. Esperávamos uma recuperação econômica para este ano que não foi alcançada”, afirma o presidente da Fiep, Edson

Valorização do cliente, inovação e aprimoramento

No cenário nacional, a CNI (Confederação Nacional das Indústrias) estima um crescimento de toda a economia de 2,7%, dado que pode ser traduzido em números no detalhamento da expectativa de avanço do industrial pelo Paraná.

A 23ª edição da Sondagem Industrial divulgada pela Fiep revela que, entre os otimistas, 37% preveem aumento de vendas, 36% confirmaram que farão investimentos e 27% que devem aumentar as contratações de trabalhadores ano que vem.

Quanto aos pessimistas, que representam 0,81% dos ouvidos, este é o menor índice desde 1996. “Os leves sinais de recuperação da economia ao longo de 2018 e, principalmente, a definição do quadro eleitoral trouxeram de volta o otimismo dos industriais”, explica Edson Campagnolo. “Esse novo cenário abre uma grande oportunidade para a realização de reformas que melhorem o ambiente de negócios no Brasil e isso se reflete no aumento da confiança dos industriais, com boa parte deles inclusive prevendo novos investimentos para 2019”.

Para o ano que vem, a prioridade do industrial será o foco no cliente. Essa foi a estratégia escolhida por 38% dos entrevistados. O desenvolvimento de negócios vem em segundo lugar, com 35%, e outros 20% responderam que pretendem avançar em desenvolvimento e inovação de produtos.

Outro item que chama a atenção é a intenção do industrial de contribuir para desenvolver e aumentar a satisfação do quadro de colaboradores como principal estratégia do ano, com 19,5%, e de 18,5%, respectivamente. “Durante esse período de crise, pelas imensas dificuldades enfrentadas pela maioria das empresas, a prioridade dos industriais era manter vivo seus negócios. Agora, com um cenário mais favorável, eles voltam a se preocupar mais com o aprimoramento de seus negócios e o investimento na satisfação e na qualificação dos colaboradores é um aspecto importante dessa estratégia”, diz Campagnolo.

Produtividade

Com relação aos investimentos, estão no topo da lista do empresário a aposta em melhorar a produtividade e os processos, com 34% das opiniões divulgadas. Seguem ainda entre as prioridades o investimento em tecnologia (32%) e o aumento da capacidade produtiva, com 30%. Desenvolvimento de produtos vem logo em seguida, com 29%, e qualidade foi citada em 27% das respostas.

Outro dado que chama a atenção do levantamento é que, ao serem consultados como enfrentam a concorrência, tanto do mercado interno quanto do externo, a melhor alternativa apresentada foi o do enxugamento dos gastos.