Política

Coluna Contraponto do dia 17 de abril de 2018

Lula ficou mais sozinho

O acampamento do PT na Polícia Federal foi montado na base da emoção e sob o impacto da prisão do maior líder do partido, o ex-presidente Lula. Não tinha futuro porque o local é inadequado, a população da região não o aprova e os próprios petistas sabiam que o tempo corria contra eles. A expectativa é de que os manifestantes deixem o local até esta terça-feira (17). A vigília por Lula vai continuar, à distância, no Atuba, mas mesmo assim é incerta. Manter muita gente mobilizada por tempo indeterminado, sem fatos novos a manter os ânimos, dormindo e comendo mal, é caro e muito complicado.

Acordo

O PT fez bem em aceitar o acordo com o governo do Estado e a prefeitura e sair da Polícia Federal sem resistência. Poderia causar mais um fato político se a PM tivesse de intervir e retirar os acampados à força, mas seria um preço alto a pagar pela repercussão. O mobilização do PT vai seguir na área política, junto à imprensa, com seus líderes tentando manter a tropa em atividade e em paralelo com os advogados. Mas a rara sensatez do PT, mesmo necessária e inadiável, deixa Lula um pouco mais sozinho.

Pão de ló

A APP-Sindicato, que foi o pesadelo constante de Beto Richa no segundo governo, é tratada a pão de ló e refresco por Cida Borghetti. Fala-se, inclusive, em recomposição de salário e direitos que os professores reivindicam. Vem cá… se Cida atender os professores, ficar de bem com a APP-Sindicato e convidar todo o mundo pra dar uma voltinha pelo Centro Cívico num camburão com vista panorâmica e cor de rosa, sobra algum benefício para Beto Richa? Os professores do Paraná vão votar nele para o Senado?

Histeria contra Gleisi

A senadora Gleisi Hoffmann se tornou o alvo favorito de dois grupos que costumam se expressar ora com histerismos, ora com ironias: os que querem exterminar o PT e os machistas de plantão. Às vezes, as duas coisas juntas. A última manifestação contra ela foi durante a chegada ao Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, e prima pelo constrangimento e pela falta de respeito.

Sem explicação

O ódio manifesto contra Gleisi Hoffmann não se explica pelas posições políticas que ela defende com unhas e dentes, porque isso é do livre arbítrio e direito democrático. Nem pela fidelidade absoluta ao ex-presidente Lula, porque nisso ela tem ao lado a companheirada. No Paraná, principalmente, Gleisi sofre esse assédio, inclusive de certos jornalistas que se apresentam como o epicentro da modernidade de pensamento, porque ousou ocupar posições de destaque por conta própria. E, mais ainda, por não arredar pé um milímetro sequer quando teve suas opções políticas contestadas pela metade do País.

Dentro do triplex

Com a chegada de um oficial de Justiça e da Polícia Militar ao local, o MTST concordou em sair do tríplex do Guarujá (SP), atribuído como propriedade de Lula nas sentenças que o condenaram à prisão, e os militantes deixaram o edifício pelas escadas, seguindo roteiro acertado entre advogados e a polícia. Cerca de 30 manifestantes ocuparam o lugar por cerca de duas horas na manhã de ontem.

É nosso!

Lá de cima, com uma faixa pendurada na fachada do edifícios, bradavam que “se o triplex é do Lula, é nosso”, enquanto ocupavam as dependências e apreciavam a paisagem. Negociações com um oficial de Justiça, que estava acompanhado de policiais, convenceram os invasores a deixar o apartamento e o edifício Solaris. Não valeu o argumento “se o apartamento é do Lula, ele que peça a integração de posse”, diziam eles.