Cotidiano

Cascá quer novo concurso ou mais comissionados

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Apesar das inúmeras determinações do TCE (Tribunal de Contas do Estado) para que exonere quem ocupa cargos comissionados criados indevidamente, o reitor da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), Paulo Sérgio Wolf, o Cascá, adianta que vai recorrer ao governador Ratinho Júnior (PSD) para aumentar o quadro de servidores. “Pediremos ao governador que autorize concurso público ou então libere a contratação de comissionados”, diz Cascá. Segundo ele, aguardará uma posição do novo governador até julho.

O TCE identificou nos últimos anos a criação de cargos comissionados sem amparo legal, além de pagamento em desacordo com a legislação. Determinou a exoneração desses cargos, Cascá recorreu e chegou a ser multado por má-fé após o TCE entender que seus recursos são meramente protelatórios.

Um dos últimos recursos apresentados ainda está em avaliação na Sexta Inspetoria de Controle Externo e só depois o processo seguirá para o parecer do Ministério Público de Contas.

Da Unioeste, o montante contingenciado pelo Estado chega a R$ 12 milhões. Mesmo com os cortes aplicados pela atual gestão estadual, Cascá defende que as atividades da universidade serão mantidas.

De recursos próprios, a instituição de ensino e o Hospital Universitário possuem orçamento de R$ 40 milhões. O reitor pretende buscar apoio político e de projetos: “Já fomos a Brasília em busca de projetos para que possamos manter as atividades. Precisaremos de recursos federais e outras fontes, além, é claro, de aplicar medidas de contenção de gastos”, disse Cascá, que não entrou em detalhes sobre essas ações econômicas na instituição tampouco faz questão de falar sobre os cargos irregulares.

Boicote a concurso

Com 6,9 mil inscrições para o concurso do Hospital Universitário, muitas vagas não atraíram candidatos. O processo atende a uma determinação da Justiça do Trabalho que exigiu o cancelamento de contratos com médicos – mais de 90% dos 200 profissionais não são concursados. Até agosto as vagas deverão ser preenchidas. Só que os médicos são os menos interessados e as áreas sem inscrições foram: ecocardiografia pediátrica (duas vagas), cirurgia plástica – Ceapac (uma vaga), cirurgia torácica (uma vaga), ultrassonografia obstétrica (duas vagas). Nas especialidades de hemodinâmica e cirurgia pediátrica apenas 5 se inscreveram para as dez vagas abertas. Ao todo, para as 310 vagas médicas, houve 294 inscrições. Das 40 especialidades, 17 tem candidatos insuficientes. Três especialidades despertam maior interesse dos médicos: radiologia (15 candidatos para cinco vagas), cardiologia (quatro por vaga), e pronto-socorro (57 candidatos para 28 vagas).

Reportagem: Josimar Bagatoli