Cotidiano

Atiradores de airsoft são contra armamento dos brasileiros, revela pesquisa

Os praticantes do conhecido “war game” desafiam as impressões da sociedade e se dizem contra a posse e o porte de armas no país

A pistola de airsoft é presente no cotidiano de muitos brasileiros amantes desse jogo. Pessoas que não conhecem essa dinâmica podem ter a impressão de que essa prática reúne armamentistas, pois há sim uma estética que remete a essa questão e também ao militarismo, porém o tradicional ditado “as aparências enganam” cai muito bem para essa situação.

Os dados são de reportagem divulgada pela Revista Veja, que entrevistou alguns praticantes de airsoft em um galpão na zona leste paulistana antes do primeiro turno das eleições de 2018. A matéria, que conta com diversas entrevistas, apresenta uma unidade na descrença com os candidatos à época, a maioria dos entrevistados disse que não se identificava com nenhum dos candidatos e nem com a pauta do armamento.

Vale ressaltar que esse tema foi uma das principais bandeiras de campanha do atual presidente, Jair Bolsonaro, e foi uma das pautas que construiu sua carreira política. Já no décimo quinto dia de governo, o presidente assinou um decreto que flexibiliza a posse de armas de fogo no país.

Assim, apesar da estética militarizada e dos equipamentos que se assemelham a fuzis ou outros armamentos, os praticantes de airsoft não demonstraram interesse no armamento da população. Os argumentos usados são basicamente o fato de faltar educação, saúde e desenvolvimento social para que seja possível uma política dessa natureza.

Em depoimento à Veja, o empresário paulistano Klaus Vogel de 38 anos exemplifica muito bem o que foi citado acima: “Em um país plenamente desenvolvido, com um entendimento do que realmente uma arma significa, esta é, sim, uma proposta a ser pensada, já que trata-se de um símbolo de defesa”.

Sobre o airsoft

O airsoft é um jogo que se assemelha ao paintball, porém sem a tinta. É um “war game” de estratégia, o objetivo é conseguir cruzar o campo, roubar a bandeira do outro time e retornar a sua base sem ser atingido. A honra é parte importante do jogo, pois — apesar da dor — é possível fingir que não foi atingido. A bala é de plástico e bem pequena e as armas são réplicas de fuzis com a ponta vermelha.