Cotidiano

Após sete anos Foz volta a registrar um caso de malária autóctone

Ultimo caso contraído na cidade foi registrado em 2011; Ações de busca ativa já estão sendo feitas pela Vigilância Epidemiológica e CCZ

A Secretaria de Saúde de Foz do Iguaçu confirmou esta semana um caso de malária autóctone. Esse é o primeiro registro desde 2011. Na manhã de hoje (08) equipes da Vigilância Epidemiológica foram a campo para iniciar o processo de coleta de material para investigação.

De acordo com a Divisão de Vigilância Epidemiológica, o paciente, um agricultor de 51 anos, sentiu os primeiros sintomas da doença, como febre, calafrios e dores no corpo no dia 5 de março. Três dias depois ele procurou atendimento médico em um hospital particular, onde ficou internado por oito dias, passando inclusive pela UTI. O caso foi registrado e esteve sob investigação e só agora foi confirmado oficialmente.

“Na entrevista com familiares, fomos informados que o mesmo não se deslocou para outras cidades, caracterizando o caso como autóctone, ou seja, o indivíduo contraiu a doença no município de Foz do Iguaçu”, explicou Roberto Doldan, responsável pela Vigilância Epidemiológica.

Após a confirmação da doença pelo Hospital, o paciente realizou o tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que disponibiliza todos os medicamentos necessários.

Busca Ativa

A suspeita é que o morador tenha contraído a doença enquanto pescava na região do “Porto de Areia”, às margens do Rio Iguaçu, região sul da cidade. Depois da confirmação do caso, equipes da Vigilância Epidemiológica e do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) realizaram uma busca ativa, tentando localizar potenciais criadores do mosquito Anopheles e a busca de outras pessoas com sintomas sugestivos de malária. Um questionário foi aplicado com 90 moradores daquela região, e destes, 21 disseram ter apresentado algum sintoma da doença.

Equipes da Vigilância Epidemiológica estão realizando agora o processo de coleta de material para investigação. “Essa coleta é para identificarmos novos casos. Dando positivo, é preciso fazer o tratamento de forma adequada. Apesar de ser um tratamento simples, feito com comprimidos, é preciso do diagnostico correto. Não existe vacina contra malária, mas se o tratamento adequado não for feito, o caso pode avançar para óbito”, ressalta a enfermeira Mara Rípole, da Vigilância Epidemilógica, que também está a campo coletando o sangue dos moradores.

Números

De janeiro até agora, seis casos de malária foram notificados no município, mas apenas dois casos foram confirmados, sendo um autóctone e outro importado da Amazônia. Os demais foram descartados. Em 2007 a cidade viveu um surto da doença, com 44 casos positivos. Os últimos casos de malária autóctones, ou seja, contraídos na própria cidade foram registrados em 2011, com 3 confirmações da doença.

Transmissão

Os sintomas da malária se assemelham ao da dengue: febre alta, calafrios, palidez, cansaço, falta de apetite e dores na cabeça e em outras regiões do corpo. A transmissão ocorre após picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada por protozoários do gênero Plasmodium. A transmissão da malária também pode ocorrer por transfusão de sangue contaminado, através da placenta (congênita) para o feto e por meio de seringas infectadas.

A prevenção consiste em evitar picadas do mosquito, fazendo o uso de repelentes, calças e camisas de manga longa, principalmente no período de fim da tarde e início da noite, e evitar banhos em lagos e rios ou expor-se a águas paradas ao anoitecer e ao amanhecer, horários em que os mosquitos mais atacam.