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Porta-bandeira de Portugal diz que notícias sobre a água da Baía não eram exageradas

DSC_0737 (1).JPGRIO?Escolhido porta-bandeira de Portugal, o velejador João Rodrigues confessou que esperava que as notícias sobre a condição da água da Baía de Guanabara fossem exageradas, mas não são. Rodrigues disputará sua sétima olimpíada. Na quinta-feira, ele recebeu a bandeira das mãos do presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa.

? Infelizmente, (não há) nenhum exagero. Todos nós que velejamos nesta baía, de uma forma ou de outra, acabamos por ficar presos no lixo que aí está ? afirmou Rodrigues, que compete na classe RS:X.
O português disse que outros atletas relataram problemas durante os treinos desta semana:

? Ontem (quarta-feira) teve uma acidente em que um velejador chocou -se com uma montanha de sacos plásticos na água, catapultou-se e chocou-se com outro velejador. Vai ser uma tristeza se isso acontecer nos Jogos.
Ele lamentou que o compromisso de despoluir a Baía não tenha sido cumprido:

? Acho que foi uma oportunidade perdida para os cariocas essencialmente. Era um legado que os Jogos podiam ter deixado ao povo carioca, mas também ao Brasil e ao mundo. Mas, infelizmente, foi uma oportunidade perdida, e nós, todos os dias, temos que conviver com isso. Joa?o-Rodrigues-3 (1).jpg

PROBLEMAS NO TRÂNSITO
Em uma mensagem publicada nas redes sociais, o atleta reclamou da distância entre a Vila Olímpica e a Marina da Glória, de cerca de 45km. Ele escreveu que a viagem é uma incógnita e que depende “dos humores do trânsito”. Relatou ter que sair com mais de três horas de antecedência:
É verdade que as vias Olímpicas estão a abertas. Enquanto os cariocas espremem-se nas restantes filas, muitas vezes completamente parados, os autocarros oficiais dos JO voam nestas vias. Mas há sempre uma parte em que é necessário cruzar as vias normais. E aí é que a porca torce o rabo. O recorde até à data vai para uma hora para fazer três míseros quilómetros. Uma média vertiginosa!”, escreveu o português.
Ele descreveu ainda um erro de um motorista da organização dos Jogos que, ao seguir o GPS, levou a equipe para uma favela por engano:

“O motorista usou o GPS do telefone e seguiu o itinerário proposto. Acto contínuo, adormeci. Uma hora depois, acordo com os solavancos e com os meus companheiros a brigarem com o motorista: “Você está maluco? Onde é que nos meteu? Esta carrinha está caracterizada, chama muito à atenção! Tire-nos imediatamente daqui!” Levantei-me ensonado, esfreguei os olhos e parecia ter entrado num cenário de guerra. Fogueiras à beira da estrada, gente por todo lado, motas, animais e pessoas a olharem para nós com aquela expressão: “O que é que estes estão aqui a fazer???” Cruzávamos uma favela!”, relatou Rodrigues.
O velejador disse que usa este tempo de deslocamento entre a Vila e a Marina para descansar e recuperar energias. Em outra postagem, ele descreveu sua experiência na Vila Olímpica e não relatou problemas ? disse que estava dormindo “bastante bem”.