As exportações cresceram 17% em 2021 no Paraná. Foram transportados US$ 19 bilhões em produtos para o mercado externo, contra US$ 16,2 bilhões em 2020. No caminho inverso, as importações aumentaram 42% (de US$ 11,8 bilhões para US$ 16,9 bilhões). Com isso, a balança comercial fechou o ano passado de maneira positiva, com saldo de US$ 3,1 bilhões. Os dados constam em um levantamento do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), construído a partir da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia.
Nas exportações, a liderança dos produtos foi de soja em grãos (US$ 4,6 bilhões), seguida de carne de frango in natura (US$ 2,7 bilhões), farelo de soja (US$ 1,3 bilhões), açúcar (US$ 842 milhões), madeira compensada (US$ 803 milhões), celulose (US$ 610 milhões), papel (US$ 591 milhões) e automóveis (US$ 549 milhões). Soja representa 24% da pauta estadual e o mercado de frango, 14,6%, com crescimento de 0,7 pontos percentuais em relação a 2020.
Os maiores ganhos proporcionais na exportação em relação ao ano da chegada da pandemia foram em derivados de petróleo (186%), máquinas e aparelhos de terraplanagem (108%), madeira compensada (86%), móveis e mobiliário médico-cirúrgico (79,9%), painéis de fibras ou de partículas de madeira (79,2%) e autopeças (60,9%). A única variação negativa foi no comércio de café solúvel (-11%).
No caminho da importação, adubos e fertilizantes (US$ 1,9 bilhão), produtos químicos e orgânicos (US$ 1,2 bilhão), óleos e combustíveis (US$ 1,1 bilhão) e autopeças (US$ 1,09 bilhão) lideraram os indicadores absolutos. Proporcionalmente, os maiores aumentos entre 2020 e 2021 foram em veículos de carga (161%), cereais (112%), materiais eletrônicos (83%) e adubos e fertilizantes (64%) – esse último agora representa 11% do total importado.
“Se fala muito de balança positiva, o que é importante, mas as importações de insumos também apontam uma retomada da economia. O que extraímos dos dados é que o agronegócio teve um ano muito forte, mesmo diante da crise, da pandemia e de restrições internas, por causa da demanda internacional. Isso mostra um poder de interiorização do desenvolvimento, porque essa produção demanda transporte, armazenamento, e os recursos circulam no comércio local, com reinvestimento do agricultor em máquinas e equipamentos”, afirmou o economista Francisco Castro, do Ipardes.
Ao longo de 2021 o Paraná negociou seus produtos com mais de 200 países. O principal parceiro comercial segue sendo a China, com US$ 5,4 bilhões no sentido exportação. Na sequência estão Estados Unidos (US$ 1,5 bilhão), Argentina (US$ 964 milhões), México (US$ 612 milhões), Holanda (US$ 580 milhões) e Paraguai (US$ 549 milhões). A maiores evoluções proporcionais ocorreram no comércio bilateral com Vietnã (96%), Peru (95%), Chile (85,7%) e México (80,1%) – esse último foi o principal comprador de automóveis do Paraná.
Em 2020, o Paraná comprou da China (US$ 4 bilhões), Estados Unidos (US$ 1,8 bilhão), Argentina (US$ 1,1 bilhão), Paraguai (US$ 927 milhões) e Alemanha (US$ 907 milhões). A principal diferença foi no comércio com a Nigéria (903%), ligada à importação de óleo de petróleo.
“O setor industrial também tem crescido no Paraná. Nossa pauta envolve produtos primários, mas frango e açúcar passam por processo de industrialização. O mesmo acontece com madeira, máquinas e veículos”, completou Castro.
COMEÇO DE 2022 – E o ano de 2022 começou com tendência de manutenção desse cenário. A pauta de janeiro dos portos de Paranaguá e Antonina fechou com 4,15 milhões de toneladas de cargas transportadas, somando exportação e importação. O volume movimentado no primeiro mês é 15% maior que as quase 3,6 milhões de toneladas registradas no mesmo período de 2020 e o melhor janeiro da história dos portos.
AEN