São Paulo – A expectativa por mais estímulos nos Estados Unidos, após os democratas conquistarem também o controle do Senado, alimentou o apetite por riscos dos mercados nessa quinta-feira (7). Aproveitando o bom humor, apesar do aumento das tensões políticas no país americano, a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, fechou em forte alta de 2,76%, aos 122.385,92 pontos, e bateu novo recorde de fechamento. O dólar, no entanto, foi pressionado pelo cenário fiscal brasileiro e teve alta de 1,82%, a R$ 5,3990.
A perspectiva de mais estímulos fiscais, que pode aquecer a atividade americana e, consequentemente, melhorar o cenário econômico global, apoiou a alta dos índices nessa quinta. Além disso, o mercado também precificou como positivo o reconhecimento da vitória de Joe Biden, na última quarta, pelo Congresso dos EUA, em um gesto que coloca um ponto final nas eleições americanas.
Com isso, as cenas de intimidação vistas na última quarta (6), no Capitólio, deram lugar a um tom mais ameno no discurso de Donald Trump, que, banido das redes sociais, comprometeu-se com uma transição “ordeira”.
Em resposta, as Bolsas da Europa e da Ásia fecharam em alta. O mercado acionário de Nova York também apagou o desempenho misto do dia anterior e terminou o dia com ganhos, com destaque para a alta de 2,56% do Nasdaq.
No mercado brasileiro, o desempenho dessa quinta correspondeu ao maior avanço em percentual desde 5 de novembro, quando o Ibovespa fechou em alta de 2,95%. Em 2021, o índice sobe 2,83%. Mais uma vez, o índice foi puxado pelo bom desempenho das ações de commodities e siderurgia, assim como os ganhos do setor bancário.
A chance da imunização também deu algum apoio para a Bolsa.
Câmbio
O dólar teve pregão de fortalecimento generalizado no mercado internacional, após dias de queda, quando testou as mínimas em quase três anos. Ante o real, foi a R$ 5,41, em meio a novo desconforto com a situação fiscal do Brasil, com pressão em Brasília para aumentar gastos sociais diante do avanço da pandemia e flexibilizar o teto. Com isso, a moeda americana encerrou a quinta no nível mais alto desde 16 de novembro (R$ 5,43).