Porto Alegre enfrenta a maior enchente de sua história. A cheia de 1941, que por muitas décadas foi a referência de maior desastre natural de Porto Alegre, não mais encabeça o ranking. Foram necessários 83 anos, mas a capital dos gaúchos tem uma nova enchente para chamar de maior de todas.
O nível do Guaíba atingiu 4,77cm às 21h da sexta-feira, 3 de maio de 2024, conforme a Rede Hidrometeorológica Nacional. A cota superou os 4,76cm registrados na histórica enchente de abril e maio de 1941.
Com isso, o ranking das três maiores cheias do Guaíba deste o começo das medições há um século e meio tem agora em primeiro lugar a atual (ainda sem pico), a cheia de 1941 (4,76 metros) e, em terceiro lugar, a cheia de 1873 (3,50 metros). A cidade está convulsionada nas regiões próximas do Guaíba. As águas tomaram conta das áreas baixas do Centro Histórico de Porto Alegre, atingindo prédios icônicos ou de importância para a cidade como a Rodoviária, Mercado Público, Prefeitura, Casa de Cultura Mário Quintana, Margs, Memorial do Rio Grande do Sul, sede do Banrisul, jornal Correio do Povo, e outros. O Guaíba alcançou a Rua dos Andradas, a famosa Rua da Praia, na Praça da Alfândega.
A situação é crítica também no Quarto Distrito. Os bairros Navegantes e a maior parte do São Geraldo estão alagados. O pior ocorre no Navegantes. A MetSul percorreu o São Geraldo nesta noite e a maioria das ruas tinha água. Os alagamentos alcançavam até pontos na última quadra antes da Benjamin Constant. A Avenida Farrapos, uma das principais vias de entrada e saída de Porto Alegre, e que leva ao Aeroporto e cidades da Grande Porto Alegre, em vários trechos estava alagada por completo com pontos críticos de inundação, como a partir da São Pedro.
O colapso da cidade, além de parar a Rodoviária, agora isola a capital do resto do Brasil por transporte aéreo comercial. Os pousos e decolagens no Aeroporto Salgado Filho foram suspensos por tempo indeterminado na noite desta sexta-feira.
Fonte: MetSul