Cotidiano

PT e PSDB adotam discursos parecidos após pedidos de prisão

cunha-lima-romero-juca.jpgBRASÍLIA ? Os pedidos de prisão contra os peemedebistas Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR) e José Sarney (AP) motivaram reações parecidas em parlamentares do PSDB e do PT. Tucanos e petistas pediram calma e indicaram não concordar com o uso de informações provenientes de delações premiadas como base para os pedidos feitos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF), conforme revelado pelo GLOBO nesta terça-feira.

O líder do PT no Senado, Paulo Rocha (AP), disse que o partido recebeu os pedidos de Janot com cautela porque não concorda com o uso indiscriminado do processo de delação. O petista tem sido um crítico desse uso da delação.

Sarney, Cunha, Jucá e Renan

? Estamos analisando com cautela, embora seja grave a questão. Mas não há informações concretas e esse negócio da delação está sendo usado politicamente para desgastar os partidos e a oposição. Não se tem clareza de onde isso vai chegar ? disse Paulo Rocha.

O líder tucano no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), afirmou que há o risco de se transformar o país em um ?estado policialesco? e que é preciso que o Supremo Tribunal Federal analise com “muita cautela” os pedidos, porque “o santo é de barro”:

? Existe um clamor público que termina pressionando as instituições, mas nós não podemos, em nome desse clamor público, transformar o país em um estado policialesco, onde até mesmo a emissão de uma opinião em uma conversa privada possa justificar um pedido de prisão. É preciso ir com calma, devagar com o andor, porque o santo é de barro, senão esse país não aguenta.

Já o líder do governo no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), disse que não poderia aceitar a ideia de ?vazamento por pílulas?.

? Não vi naquelas gravações divulgadas (que envolvem Renan, Jucá e Sarney) sequer tentativas, atos preparatórios. Nâo posso aceitar a ideia de vazamentos por pílulas ? disse Aloysio.

No PT, a reação foi de surpresa, mas, a avaliação é que os pedidos de prisão podem desgastar ainda mais o governo Temer, já que as gravações do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, mostraram articulações para se chegar ao impeachment e evitar a Lava-Jato.