Cotidiano

Paraná fecha “ano” da dengue com mais de 80% de queda de casos e mortes

Os dados foram contabilizados desde 1º de agosto do ano passado

Como Medida preventiva para evitar epidemia de Dengue, agentes da Secretaria Estadual de Saúde, aplicam inseticida para o combate do mosquito Aedes Aegypti, no Jardim Paulista, em Maringá. 
Maringá, 29-03-19.
Foto: Arnaldo Alves / ANPr.
Como Medida preventiva para evitar epidemia de Dengue, agentes da Secretaria Estadual de Saúde, aplicam inseticida para o combate do mosquito Aedes Aegypti, no Jardim Paulista, em Maringá. Maringá, 29-03-19. Foto: Arnaldo Alves / ANPr.

Cascavel – A Secretaria de Estado da Saúde publicou nessa terça-feira (3) o informe da dengue número 43, que encerra o período epidemiológico 2020/2021, totalizando 27.889 casos confirmados e 32 óbitos no Paraná. Os dados foram contabilizados desde 1º de agosto do ano passado.

No Paraná, 288 municípios registram casos de dengue, nas 22 Regionais de Saúde. O informe apresenta 93.329 notificações para a doença, também em municípios das 22 Regionais, e aponta 2.359 ainda em investigação quanto à classificação final.

Os 32 óbitos aconteceram nos municípios de Morretes (1), Paranaguá (4), Foz do Iguaçu (3), Matelândia (1), Medianeira (1), Roncador (1), Campo Mourão (1), Paraíso do Norte (1), Santo Antônio do Caiuá (1), Marialva (1), Maringá (2), Apucarana (1), Alvorada do Sul (1), Assaí (1), Cambé (2), Ibiporã (1) e Londrina (9).

Comparativo

O número de casos teve uma redução de 87,7% em relação ao período anterior. Em 2019/2020 foram 227.724 confirmações. Houve também queda de 81,9% no total de óbitos – no período epidemiológico anterior foram 177.

“A dengue segue como uma das principais preocupações do governo do Estado. A redução neste momento não é motivo para baixarmos a guarda em relação ao combate contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença”, disse o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.

“Segundo avaliação dos técnicos da Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde e da Sesa, a diminuição pode estar relacionada com o a pandemia da covid-19 e o receio da população em procurar atendimento nas unidades de saúde, bem como uma possível subnotificação ou atraso nas notificações em consequência de as equipes estarem envolvidas no enfrentamento da pandemia”, destacou o secretário.

Combate

A Secretaria da Saúde enfatiza a importância do controle e da eliminação dos criadouros do Aedes aegypti, com a organização dos serviços de saúde para que isso aconteça, mas, principalmente, com a participação da população. “O último levantamento entomológico, realizado entre abril e junho deste ano, comprovou que os focos do mosquito estão nas residências, em pontos que acumulam água parada. São esses criadouros que precisam ser eliminados”, alertou o secretário.

De acordo com o levantamento, 80,8% dos criadouros foram encontrados em pontos passíveis de remoção e elimináveis, como lixo, entulhos de construção, pneus, vasos de plantas com pratos, recipientes de degelo, entre outros.

Chikungunya e Zika

Em relação à febre chikungunya, o informe registrou 94 casos confirmados no período, além de dois casos de zika vírus. As doenças também são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.

Os dados apresentados no boletim dessa terça-feira são preliminares. Os municípios e as Regionais de Saúde terão até o mês de outubro para concluir as investigações relacionadas ao período.

Na próxima terça-feira, dia 10, a Sesa publicará o primeiro boletim relativo ao período 2021/2022.

Ações de enfrentamento

A Secretaria Estadual da Saúde realizou diversas atividades para o enfrentamento de arboviroses. Foram promovidas capacitações on-line via YouTube para orientar os técnicos sobre o manejo clínico da dengue e a importância do trabalho integrado entre os Agentes de Combate a Endemias (ACE) e Agentes Comunitários de Saúde (ACS).

“Destacamos que foram criadas 60 Unidades Sentinelas distribuídas nas 22 Regionais de Saúde para realizar monitoramento oportuno do início da circulação viral da dengue, zika e chikungunya”, disse a diretora de Atenção e Vigilância em Saúde, Maria Goretti David Lopes.

Por meio de uma dessas unidades sentinelas, foi identificado o surto de febre chikungunya em Apucarana, em abril deste ano, possibilitando uma rápida intervenção.