CARACAS – Um dia após o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, pedir a suspensão da Venezuela do bloco caso não haja eleições gerais e uma restauração democrática, o presidente Nicolás Maduro voltou a chamá-lo de “lixo”, como fizera em 2015. Ele ainda chamou almagro de “traidorzinho inepto”. almagro maduro
? Frente à agressão deste traidorzinho inepto chamado Luis Almagro, a Venezuela não vai ficar de braços cruzados nem calada, vamos gritar com força. Ninguém ameaça a Venezuela, muito menos este lixo de ser humano ? afirmou Maduro num pronunciamento televisivo.
Maduro ainda afirmou que a OEA é responsável por “intervenções e golpes de Estado”.
? Foi sempre um ministério de colônias do império americano.
Almagro publicou nesta terça-feira em informe de 75 páginas sobre a situação da Venezuela, pedindo a suspensão do país do organismo devido à falta de democracia. Almagro detalhou todos os esforços diplomáticos que foram feitos no último ano e afirmou que o governo de Nicolás Maduro não avançou com o diálogo com a oposição e impediu eleições no país. A única forma de evitar a punição, disse, é se o país realizar novas eleições gerais. O relatório reabre uma disputa entre o secretário-geral e os países da OEA.
?Aprovar a suspensão do desnaturalizado governo venezuelano é o mais claro esforço e gesto que podemos fazer neste momento pelas pessoas do país, pela democracia no continente, pelo seu futuro e pela Justiça?, afirmou o uruguaio no documento, que defende uma nova eleição geral em toda a Venezuela para tentar solucionar a grave situação da população, que convive com a maior crise econômica e social de sua História.
?É hora de o Conselho Permanente encaminhar ações específicas com resultados concretos, que o chamado ao retorno da democracia na Venezuela não tenha ambiguidades e não fique sepultado em interesses conjunturais?, explicou. Almagro detalhou no documento todos os atos diplomáticos e lembrou os problemas humanitários com a falta de comida e de remédios, além da corrupção generalizada e do desrespeito às leis democráticas, ao não realizar o referendo convocatório que poderia trocar o presidente e ter adiado as eleições parlamentares e locais de dezembro de 2016.