Cotidiano

HIDRÔMETROS: Resultado de análise será contestado e levado ao MP

Antes de toda análise, entre os casos apontados pelos parlamentares havia de uma idosa que chegou a pagar R$ 1,5 mil em água – o gasto passou de 14 para 90 metros cúbicos

HIDRÔMETROS: Resultado de análise será contestado e levado ao MP

Reportagem: Josimar Bagatoli

Após provocação da Comissão Permanente de Defesa dos Direitos do Consumidor da Câmara de Vereadores, a Sanepar revelou nessa quarta-feira (04), as aferições efetuadas pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), por meio do Ipem (Instituto de Pesos e Medidas), que atestam que os hidrômetros instalados em Cascavel estão funcionando adequadamente. Antes de toda análise, entre os casos apontados pelos parlamentares havia de uma idosa que chegou a pagar R$ 1,5 mil em água – o gasto passou de 14 para 90 metros cúbicos.

Dos 44 aparelhos enviados no mês de julho, 33 foram classificados como normais, dez apresentaram medição a menor, ou seja, marcaram a passagem de água em menor volume do que o consumo real, e em um deles não pode ser feita a aferição em razão de o equipamento se encontrar avariado e não oferecer condições para ser aferido. Em nota, a Sanepar informou que troca em média 11 mil hidrômetros em Cascavel todos os anos, por recomendação do próprio Inmetro em razão do desgaste das peças.

O vereador Celso Dal Molin (PL), presidente da Comissão Permanente, ainda não recebeu os laudos que estão na Sanepar em Curitiba e devem chegar ainda hoje na Câmara de Vereadores. Ele pretende analisar toda documentação, mas já antecipa que há controversas. Por isso, contestará o resultado. “Em pelo menos sete casos que acompanhamos, o consumo de água teve baixa significativa de gasto – ou seja, algo de errado havia. Fomos atrás de outras 34 residências, no entanto, ainda não chegaram as contas para que possamos verificar”. Para contrapor o parecer da Sanepar, embasado nas aferições, o vereador levará o caso ao MP (Ministério Público).

Dal Molin obteve informações divulgadas pela própria Sanepar que chamaram a atenção. “No documento, a Sanepar diz que ‘é usual ocorrência de aumento entre 10% a 30% quanto troca o relógio’. Ou seja, a Sanepar confirma que ao trocar o relógio tem aumento no consumo – diz que os aparelhos mecânicos velhos registravam menos” – o vereador também avaliou com desconfiança o acompanhamento dos técnicos da Sanepar durante os testes do Inmetro.

O caso ganhou maior proporção nas últimas semanas e chegou até a Alep (Assembleia Legislativa do Paraná). O deputado estadual Luiz Fernando Guerra também passou a cobrar providências da Sanepar acerca das inúmeras denúncias reclamações que existem em todo o Estado.