Reportagem: Cláudia Neis
Cascavel – O relatório diário de pacientes aguardando leitos, publicado pela Prefeitura de Cascavel nessa quinta-feira (9), mostra pacientes aguardando leitos hospitalares desde 31 de dezembro. Isso acontece mesmo com a mudança no fluxo dos casos ortopédicos, que antes ficava concentrado no HU (Hospital Universitário) e passou a ser dividido com mais dois prestadores: Hospital do Coração e Hospital São Lucas. Com a distribuição, a promessa era de que a espera máxima dos pacientes nas UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) seria de 24 horas.
Um dos casos que chamam a atenção é de um paciente de 102 anos, que aguarda leito há dez dias na UPA Veneza.
A Secretaria de Estado da Saúde diz que a demora se deve ao significativo aumento na demanda nos feriados de Natal e Ano-Novo, período que havia programação de escala devido aos pedidos de férias de médicos e anestesistas. Além disso, dois prestadores de serviço do SUS voltaram a funcionar somente esta semana.
A secretaria informou ainda que a expectativa é de que nos próximos dias a situação seja normalizada.
A reportagem apurou que, de modo geral, o novo fluxo vinha funcionando como previsto e que a demanda dos pacientes ortopédicos aumentou por conta de acidentes de trânsito registrados nos feriados. Na quarta-feira (8), por exemplo, cinco vítimas de trânsito deram entrada na UPA, mais que o dobro da média diária.
Um dos pacientes ortopédicos que está na UPA desde o dia 31 deve ser transferido para o Hospital do Coração segunda-feira (13).
O secretário de Saúde de Cascavel, Thiago Stefanello, afirmou que, de forma geral, a situação das UPAs melhorou consideravelmente com o novo fluxo, e que “existem ainda casos que extrapolam o tempo, mas a quantidade é muito menor do quer era”.
Aditivo atrasa mudança de UPA
A mudança da estrutura da UPA Brasília, que ocupa o prédio onde será instalado o Hospital de Retaguarda, prevista para este mês, ficará para 7 de março.
Um aditivo de prazo de dois meses para a conclusão da reforma na UPA foi solicitado pela empresa responsável. “Durante a obra de reforma e ampliação foram encontradas algumas situações nas instalações elétricas e hidráulicas que não estavam previstas no cronograma. E, por se tratar de uma situação complexa, visto que são instalações relacionadas diretamente ao funcionamento da unidade de saúde, é preciso agir com cautela. Então, a empresa pediu mais esse prazo de 60 dias para entregar e acreditamos que deva ser cumprido”, explica o arquiteto da Secretaria de Saúde, Carlos Eduardo Gomes Engelhardt.
Mesmo o prédio do hospital tendo que passar por reforma após a mudança da UPA, o secretário Thiago Stephanello acredita que o atraso não vá interferir nos prazos. “Estamos trabalhando para manter os cronogramas sem muitos atrasos. A reforma no hospital será pequena. Mantemos o prazo de abertura do hospital em abril”, diz Thiago.