Capitão L. Marques Centenas de famílias de agricultores fecharam ontem, durante boa parte do dia, o tráfego na BR-163, entre Capitão Leônidas Marques e Marmelândia, no interior de Realeza. O protesto ocorreu na região da ponte sobre o rio Iguaçu. Os produtores rurais repudiavam a demora nas negociações de indenização das áreas que serão inundadas pela Usina do Baixo Iguaçu, em construção entre Capitão e Capanema.
As negociações se arrastam há quase três anos. O problema está nos valores da terra. Não há consenso sobre o que a empresa se propõe a pagar e aquilo que os agricultores consideram justo. Diante do impasse, alguns começam a propor a contratação de uma junta técnica para fazer as avaliações que poderão dar base aos acordos. O ato de ontem foi também em repúdio à decisão do Consórcio Empreendedor Baixo Iguaçu de, em cima da hora, cancelar reunião que estava marcada para ontem.
A construção da hidrelétrica enfrenta entraves há anos, tanto na esfera judicial quanto por problemas ambientais e climátivos. A hidrelétrica é uma das obras do primeiro PAC do governo federal e, caso o cronograma original tivesse sido observado, o empreendimento já deveria estar pronto. Depois de iniciadas, as obras seguiram por um ano até que foram paralisadas a mando da Justiça em julho de 2014. Na mesma época, uma inundação cobriu e trouxe enormes prejuízos ao canteiro.
Os trabalhos da hidrelétrica foram retomados há três meses e os prazos dilatados, agora com previsão de conclusão em 2018. Ela está orçada em R$ 1,7 bilhão e quando estiver pronta vai gerar energia para um milhão de consumidores. Em nota, a assessoria do Consórcio Baixo Iguaçu, formado pela Neoenergia e Copel, afirmou que o encontro foi adiado em razão de estudos técnicos pendentes ainda não ter sido concluídos e que tem o maior interesse, o mais brevemente possível, de buscar acordo definitivo com as famílias.