Servidores estaduais iniciaram greve por tempo indeterminado nesta terça-feira (25), com ato público em frente ao Núcleo Regional de Educação (NRE) de Foz do Iguaçu. O protesto reuniu professores, pedagogos e funcionários de escolas, além de docentes e técnicos da Unioeste/Foz, profissionais do setor de saúde do estado e estudantes.
Organizado pela APP-Sindicato/Foz, entidade que representa educadores da rede estadual, o movimento concentrou-se desde cedo na frente da sede do NRE. Em seguida, os servidores seguiram em passeata pela Avenida JK até a Praça da Paz, onde foi instalado o “QG da Greve”. O espaço será o ponto de reunião e referência para a categoria durante a paralisação.
Conforme levantamento do sindicato, a partir de dados fornecidos pelas equipes dos estabelecimentos de ensino na manhã desta terça-feira, a paralisação parcial ou total atingiu escolas das cidades da região. Em Foz do Iguaçu, não teve aulas em seis instituições; em 16, as atividades letivas foram parciais; em seis houve aulas. Uma escola está interditada, e outra tem funcionamento somente à noite.
Nas cidades da região, Medianeira registrou paralisação total das escolas; estabelecimentos de ensino em Missal, Ramilândia e Serranópolis tiveram aulas; em escolas de Matelândia, Itaipulândia, São Miguel do Iguaçu e Santa Terezinha de Itaipu as aulas foram parciais.
Com a greve unificada, que inclui educação, saúde, segurança pública e outros segmentos, os servidores do Paraná reivindicam o pagamento da data-base, que é a reposição equivalente ao percentual da inflação. Com mais de 17% de defasagem no salário, os funcionários do estado estão desde 2016 com a remuneração congelada.
“Estamos pedindo que o governo respeite um direito que está na lei e pague a reposição referente à inflação. Está demonstrado, com números oficiais, que há dinheiro e não existe nenhum impedimento para o pagamento da data-base”, disse a presidenta da APP-Sindicato/Foz, Cátia Castro. “Não podemos continuar perdendo dois salários todos os anos por causa desse calote”, completou.
A dirigente sindical explicou ainda que outra pauta exigida pelo conjunto de funcionários públicos é a retirada do Projeto de Lei Complementar nº 4/2019, que tramita na Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (ALEP). “Com essa proposta, o governador Ratinho Junior quer congelar os salários dos servidores por 20 anos, assim como progressões, promoções, licenças e quinquênio, que são conquistas do plano de carreira dos servidores”, acentuou Cátia Castro.
Governo não apresentou proposta
Secretário de Finanças da APP-Sindicato/Foz, Silvio Borges relembrou que, depois da paralisação dos educadores em 29 de abril deste ano, foi instituída uma comissão de negociação com representantes do governo e dos sindicatos. Segundo ele, os membros indicados pelo estado não apresentaram nenhuma proposta sobre a pauta e se retiraram da mesa de diálogo.
“O governador diz que precisa mais tempo para a negociação. Isso não é verdade. Desde abril nos sentamos à mesa para chegar a um entendimento sobre nossos direitos, mas o governo não propôs absolutamente nada e desapareceu das negociações com os servidores”, frisou. “Nosso movimento nasceu forte, e com visitas a escolas e conversas com os servidores a adesão à greve irá aumentar ainda mais”, completou.
Fonte: APP-Sindicato/Foz