
Terra disse que a iniciativa não provocará gastos, pois se dará em forma de parceria com estados e municípios, aproveitando o quadro já existente de profissionais da administração local, como professores, assistentes sociais, psicólogos, entre outros. O novo programa será alocado na Secretaria Extraordinária para Superação da Extrema Pobreza do ministério, que, segundo ele, está com funções esvaziadas.
Para defender o programa, Terra, que é médico, cita estudos de neurociência sobre a importância dos cuidados na primeira infância. Segundo ele, nos primeiros anos de vida, quando o cérebro está em formação, situações de negligência deixam prejuízos para o resto da vida. O ministro destacou que o programa não se confunde com o trabalho de agentes comunitários de saúde ou conselheiros tutelares:
? É completamente diferente. Aqui, teremos um cuidado regular. O profissional vai à casa da pessoa, passa uma hora lá, observando questões emocionais, cognitivas, não é simplesmente a saúde física. Não dá para esperar a família procurar um centro de assistência social ou alguém denunciar um problema ao conselho tutelar. Os primeiros anos de vida são decisivos para determinar a personalidade, a inserção no mundo social, no mundo do trabalho, em tudo.
O ministro se inspirou em programa semelhante lançado por ele quando era secretário de Saúde do Rio Grande do Sul, o Primeira Infância Melhor (PIM). Criado em 2003, a iniciativa virou política estadual três anos depois. É gerido por um comitê que reúne várias pastas, mas em conjunto com as prefeituras. Segundo Terra, a ideia é ampliar a iniciativa em ?escala nacional?.
O novo titular da pasta, que estima um corte de até 10% nos beneficiários do Bolsa Família após o pente-fino previsto para o programa, voltou a colocar em dúvida os números da gestão petista.