RIO – A investigação Carne Fraca da Polícia Federal deflagrada nesta sexta-feira repercutiu fora do país. O jornal britânico ?Financial Times? chama a atenção para o efeito que a ?massiva investigação de fraude em alimentos? tem nas ações de BRF e JBS.
No título de sua reportagem a respeito da operação, a Bloomberg News afirma que ?escândalo de carne estragada atinge as maiores empresas de alimentos do Brasil? e ressalta que os produtos afetados teriam sido vendidos para escolas.
A agência de notícias cita ainda quantidades acima do permitido de carnes como as provenientes de cabeças de porco, além de soja e até papelão na mistura usada para fazer linguiças.
Já a agência de notícias Reuters faz um breve panorama da operação que revelou pagamento de propina a inspetores e políticos para que as empresas de processamento de carne pudessem manter práticas inadequadas do ponto de vista sanitário, como processar carne estragada e até com salmonela, segundo a polícia.
CARNE VENDIDA NO EXTERIOR
A AFP, por sua vez, diz que o país desmantelou uma rede de venda de carne adulterada ?inclusive com produtos cancerígenos?. A agência lembra ainda que os produtos desses frigoríficos são vendidos dentro e fora do Brasil.
A agência observa também que o escândalo revelado pela operação da PF impacta outro importante setor da economia brasileira, que ainda sente os efeitos da Operação Lava-Jato, que trouxe à tona esquemas de corrupção em grandes construtoras do Brasil.
O texto publicado pelo jornal americano ?The Wall Street Journal? traz uma citação do delegado da PF Maurício Moscardi Grillo afirmando que as empresas envolvidas ?não se preocupavam com a qualidade da carne ou dos alimentos? que vendem. O diário também registrou as quedas nas ações de BRF e JBS.
Enquanto a Associated Press destaca que o alvo da investigação são “gigantes” do setor, além de reproduzir falas do delegado da PF. A agência ainda informa sobre as propinas pagas a partidos.