Cotidiano

Bancada ruralista articula derrubada de vetos sobre agroquímicos

Bancada ruralista articula derrubada de vetos sobre agroquímicos

Brasília – Após mais de duas décadas tramitando no Congresso Nacional, o projeto de lei que propõe a criação de um novo marco legal para a produção, registro, comercialização, transporte, inspeção, fiscalização e uso de defensivos agrícolas no país foi aprovado em novembro de 2023. No entanto, em dezembro o presidente da República sancionou o texto da Lei n° 14.785/2023, com uma série de vetos.

O presidente da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária), deputado Pedro Lupion (PP) destacou que o Presidente da República demonstrou mais uma vez desrespeito com o parlamento e com o agronegócio. “O tema tramitou por mais de 20 anos e teve aprovação quase unânime no Senado e o presidente vetou os principais trechos. Temos uma batalha árdua para fazer funcionar esse sistema que quer modernizar, desburocratizar e fazer com que tenhamos acesso a moléculas mais modernas e produtos melhores para o agro brasileiro.”

Lupion ressaltou ainda que a tecnologia brasileira já está avançada a ponto de dar ao agronegócio condições que países como os Estados Unidos que possuem. Para isso, o parlamentar argumenta que a bancada ruralista do Congresso Nacional irá trabalhar para a derrubada dos vetos. “Temos condições de fazer com que nossos produtores acessem os produtos que a Argentina, Estados Unidos e União Europeia já usam e aqui a burocracia faz com que tenhamos que esperar quatro, cinco ou até dez anos para que sejam aprovados. É uma modernização do sistema. Vamos derrubar esses vetos, temos condições de fazer isso,” disse.

Vetos

Alguns dos vetos estão ligados à concentração da análise no Ministério da Agricultura e a liberação de produtos em reanálise. O deputado Luiz Nishimori (PSD) explicou que a centralização de registros neste órgão é para organizar e evitar três filas diferentes. “A centralização seria apenas para organização da fila de prioridade como é feita no mundo todo. As competências técnicas da Anvisa e do Ibama não serão afetadas.”

Os outros vetos são relacionados às embalagens de agrotóxicos para que contenham o nome da companhia e a advertência para não reaproveitamento e sobre a unificação das taxas de registro.

“Nossa legislação era atrasada e não seguia padrões internacionais de análise de risco e a proposta visa ajustar isso. Estamos lutando para diminuir a burocracia existente que gera taxas e custos desnecessários. Os vetos não se sustentam e vamos trabalhar pela derrubada,” afirmou Nishimori.

A bancada aguarda o retorno do recesso parlamentar para se reunir e tratar sobre a derrubada dos vetos na sessão do Congresso Nacional.