Na medida em que a consciência vincula, ela também estabelece limites, incluindo e excluindo. Assim, para permanecer em determinado grupo, muitas vezes precisamos negar para outra pessoa o pertencimento que reivindicamos para nós próprios.
Fazemos para a outra pessoa o que tememos como a pior consequência para nós próprios: A exclusão do grupo. O mais grave é que o mal cometido para permanecer no grupo é feito com consciência tranquila. É importante que se compreenda: Da mesma forma que agimos com os outros, os outros, em nome da consciência, também agem conosco!
Assim, a pessoa que quiser permanecer inocente se verá na situação de ter de ser má. Por que precisa ser “má”? Porque a necessidade inconsciente para manter seu direito de pertencer aos grupos dos quais faz parte leva a pessoa a agir muito mais por lealdade ao grupo do que por respeito aos seus princípios.
Na origem das guerras e dos conflitos de um modo geral está a divisão entre “nós” e “eles”. Muitas disputas políticas atuais também se desenrolam neste plano. Cada grupo enxerga o inteiro bem em seu grupo e o inteiro mal no grupo do outro. Quando o outro grupo é visto como a encarnação do mal, ele se converte em ameaça e os seus membros sentem-se legitimados para utilizar quaisquer meios para a sua difamação.
Na mesma proporção em que a consciência nos torna atentos ao grupo do qual fazemos parte também nos torna cegos em relação aos outros! O bem – que reconcilia e traz a paz – precisa superar os limites que a consciência pessoal nos impõe devido à lealdade com os grupos dos quais fazemos parte. O amor cego de lealdade ao grupo precisa ser superado para dar lugar a um amor consciente e inclusivo.