Brasil - O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, a FPA, deputado federal Pedro Lupion, fez duras críticas ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) e à condução da ministra Marina Silva em temas relacionados ao agronegócio e à sustentabilidade. Em discurso recente em Brasília, Lupion classificou o ministério como “autofágico”, afirmando que a própria pasta “atua contra os interesses do Brasil”.
“O nosso Ministério do Meio Ambiente é autofágico. A dona (sic) Marina Silva só sai do Brasil para falar mal de nós”, declarou o parlamentar, ao relatar episódios que, segundo ele, têm prejudicado a imagem do País junto a organismos internacionais.
De acordo com Lupion, as manifestações da ministra em encontros fora do País têm provocado reações negativas até mesmo entre diplomatas brasileiros.
“Em cada uma das visitas que ela faz em nome do Estado brasileiro, o chanceler, os embaixadores, o corpo técnico da embaixada entra em desespero, porque sabe que todo o trabalho para desmentir as narrativas vai ser desfeito”, afirmou.
O presidente da FPA relatou que, em reunião com a Comissão de Agricultura e com a Comissária de Meio Ambiente da União Europeia, foram apresentados números oficiais do governo federal que, segundo ele, distorcem a realidade da produção nacional.
“Falando com a comissão de agro e com a comissária de meio ambiente da União Europeia, ela me apresentou o relatório com os números do Ministério do Meio Ambiente do Brasil, falando que nós produzimos mal, que não respeitamos a lei, que a nossa produção não merece respeito, que descumprimos a legislação ambiental que é a mais rigorosa do mundo. E os dados saem da onde? Daqui”, criticou.
Lupion questionou a forma como informações são encaminhadas a organismos multilaterais, destacando que os indicadores usados pela FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) para orientar políticas da Comunidade Europeia têm origem em dados repassados por órgãos brasileiros.
“A FAO, órgão responsável por disponibilizar os índices e estatísticas para a Comunidade Europeia tomar suas decisões, recebe informações sobre o uso de defensivos agrícolas, por exemplo, não do MAPA, mas do IBAMA”, afirmou.
Para o deputado, a forma como o governo brasileiro tem se posicionado nas discussões ambientais acaba comprometendo os esforços de entidades e produtores que atuam dentro das regras e investem em sustentabilidade.
“Ninguém tem a agricultura tropical que temos aqui. Mesmo assim, a gente mantém a competitividade, a ponto de os estatísticos da FAO nos pedirem para organizar uma visita ao Brasil para ter acesso aos números reais e dados verdadeiros sobre a nossa produção — que eles não têm”, completou.
Equilíbrio
Lupion defendeu que o Brasil tem uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e que o setor produtivo vem cumprindo as normas, conciliando preservação e eficiência. “O Código Florestal é uma das leis mais completas do planeta. Quem fala em desrespeito à natureza desconhece a realidade da produção brasileira”, reforçou.
Segundo ele, o agronegócio nacional é exemplo de sustentabilidade e inovação. “Produzimos em apenas 30% do território nacional, preservamos o restante e somos referência em tecnologia e produtividade”, disse.
Críticas
O presidente da FPA também afirmou que o Brasil tem sido alvo de “narrativas distorcidas” em fóruns internacionais, alimentadas por setores ideológicos que desconhecem a prática do campo.
“Quando a ministra reforça esses discursos, enfraquece o trabalho de quem luta para mostrar o verdadeiro agro brasileiro — um setor que respeita o meio ambiente e gera riqueza para o país”, afirmou.
Lupion destacou ainda que o parlamento ruralista continuará atuando para defender a imagem do Brasil no exterior e garantir segurança jurídica ao produtor. “Não queremos retrocesso nem conflito. Queremos equilíbrio, diálogo e reconhecimento daquilo que o Brasil faz bem”, concluiu.