
Cascavel e Paraná - A Associação Brasileira do Agronegócio se posicionou publicamente contra a proposta do governo federal que prevê o fim da isenção do Imposto de Renda para investidores em Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), no Fundo de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagro) e em outros títulos privados voltados ao setor. Em nota oficial, a entidade afirmou que a medida pode comprometer “uma das principais fontes de financiamento privado” do agronegócio brasileiro, ameaçando a previsibilidade e a segurança financeira de produtores rurais.
A preocupação surge após o anúncio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no último domingo, sobre a criação de um imposto de 5% sobre rendimentos de LCAs e LCIs (Letras de Crédito Imobiliário). A medida, articulada em reunião com lideranças do Congresso no Senado Federal, foi apresentada como uma forma de garantir parte da arrecadação inicialmente projetada com a elevação do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), proposta que acabou sendo parcialmente recuada.
Segundo a Abag, o agronegócio brasileiro depende intensamente desses mecanismos de financiamento privado para manter sua operação, inovação e competitividade internacional. A associação enfatiza que mudanças nesse modelo devem considerar os impactos estruturais que podem surgir em um dos setores mais produtivos da economia nacional.
“A Abag reitera a importância de um diálogo construtivo entre governo, setor produtivo e mercado financeiro para que eventuais mudanças tributárias não comprometam os mecanismos que equilibram o crescimento sustentável e a segurança alimentar e energética do país”, declarou a entidade.
Impactos da Nova Tributação no Agronegócio
A discussão em torno da nova tributação acontece em um momento de revisão da política fiscal brasileira, em que o governo busca alternativas para ampliar a arrecadação sem comprometer setores estratégicos. No entanto, para a Abag, a medida pode ter o efeito contrário, afetando negativamente o desempenho econômico de um setor responsável por mais de 25% do PIB nacional.
O debate sobre os impactos reais da proposta deve seguir nos próximos dias, com a expectativa de novos encontros entre representantes do agronegócio, parlamentares e membros da equipe econômica do governo.