Segundo o analista do Deral Edmar Gervásio, nem Brasil nem o Paraná têm tradição nas exportações de peixes. Mas, acredita, a piscicultura tende a crescer nos mercados interno e externo. Em 2019, o País gerou US$ 198 milhões em divisas com exportações de pescados, a maior parte das regiões Norte e Nordeste do País.
O analista acrescenta que o Paraná não soma exportações significativas, mas observa-se o início da participação nesse comércio internacional nos últimos dois anos, o que representa a abertura de uma janela de oportunidades para produtores paranaenses. No ano passado foram exportadas 195 toneladas e neste ano o Paraná já exportou 345 toneladas de peixes até setembro, gerando uma receita de US$ 603 mil.
“O mercado de pescados é competitivo e nossos custos de produção são altos, o que torna nosso produto pouco atrativo no mercado internacional, quando comparado aos dos grandes players, principalmente de pescados de captura”, disse o Gervásio.
SOJA E MILHO – O boletim aponta que o plantio de grãos da safra de verão 2020/21, soja e milho, segue avançando, apesar das chuvas irregulares, cujo volume ainda não repôs a umidade que o solo necessita. Até a semana passada, o total semeado era de aproximadamente 1,8 milhão de hectares, o que equivale a 32% da área total estimada para esta safra. No mesmo período do ano passado haviam sido semeados perto de 2,4 milhões de hectares.
Os plantios estão avançando conforme a umidade do solo permite, o que deve ocorrer até o fim dos trabalhos. A expectativa dos produtores e do setor é que as chuvas, mesmo que irregulares, ocorram nos momentos certos para o bom desenvolvimento da safra e que essa condição possa garantir as produtividades estimadas no início do plantio.
O plantio da primeira safra de milho 2020/2021 atingiu 86% de uma área estimada em 360 mil hectares. As condições das lavouras das áreas já plantadas permanecem estáveis, 83% delas em condições boas.
FEIJÃO E TRIGO – Outras culturas analisadas no boletim são o feijão e milho. Nas duas últimas semanas houve uma evolução no plantio de feijão das águas de 72% para 85% da área estimada. Os números do plantio estão iguais aos da safra do ano passado, com cerca de 87% das lavouras em condições boas e 12% em condições médias.
O trigo está em fase de colheita, que vem revelando boa qualidade dos grãos. Já foram colhidos cerca de 84% da produção e os relatos dos técnicos de campo projetam que as últimas áreas a serem colhidas devem ser as melhores do Estado, tanto em qualidade quanto em produtividade.
MANDIOCA E CEBOLA – Segundo o boletim do Deral, após vários meses em baixa, os preços da mandioca e derivados também deram um salto. Na semana de 12 a 16 de outubro, o produtor recebeu em média de R$ 514,00/t de mandioca posta na indústria, 51% a mais do que em agosto deste ano, quando os produtores venderam a produto por R$ 340,00. No atacado, a fécula foi comercializada, nesta semana, a R$ 76,00 a saca de 25 quilos, o equivalente a 43% de aumento, e a farinha por R$ 104,00a saca de 50 quilos, o que resultou em 39% de aumento em relação ao que vinha sendo comercializado em agosto de 2020.
A cebola inicia a fase de colheita no Paraná. Foi plantada uma área de 4,3 mil hectares, devendo atingir uma produção de 117,4 mil toneladas, com produtividade de 27 toneladas por hectare. O início da colheita foi no Núcleo Regional de Cornélio Procópio no final de setembro, e as lavouras a campo apresentam 84% do total cultivado em condições boas e 16% em condições medianas.
PECUÁRIA – O boletim analisa ainda a situação da pecuária de corte e o Valor Bruto da Produção (VBP), que em 2019 gerou uma receita R$ 3,71 bilhões no Estado, entre as atividades da pecuária de corte e de leite. O documento também faz uma referência à produção nacional de ovo, ressaltando um aumento no consumo. Aborda também a determinação do governo federal, que zerou as tarifas de importação de milho e do complexo soja, itens importantes na produção de ração fornecida às galinhas.