NOVA YORK ? As petroleiras mundiais Chevron e Royal Dutch Shell puseram refinarias pequenas à venda para se desprender dos ativos com baixa margem de rentabilidade diante dos problemas que a recuperação do preço do petróleo pode representar para eles.
A Chevron, a segunda maior no ramo dos Estados Unidos, busca interessados para as estações de refino e de gasolina em Burnaby, na província canadense de British Columbia, informou a companhia à Reuters. A Shell, por sua vez, procura compradores para a refinaria de Martinez, na Califórnia, de acordo com duas fontes familiarizadas com o assunto. A empresa declinou comentar.
As duas gigantes, ao lado de Exxon Mobil e BP, venderam a capacidade refinadora de mais de 1 milhão de barris de petróleo por dia nos Estados Unidos nos últimos três anos, segundo a consultoria Stratas Advisors. As cinco maiores petroleiras do mundo, no entanto, podem refinar juntas cerca de 4,7 milhões de barris diários no país.
A margem de ganho no refino caiu desde a máxima alcançada em 2015. O temor é que o aumento do preço do petróleo dissolva o lucro das refinadoras, enquanto o preço do barril sobe e o da gasolina não acompanha.
Vender as unidades enquanto as margens são razoáveis permite às corporações evitar um choque no balanço. O setor continua rentável durante a derrubada do preço do petróleo por ser mais atrativo que os ativos de exploração e produção.
Chevron e Shell têm os maiores déficits de fluxo de caixa, disse Lysle Brinker, da firma IHS Energy – por isso estão mais motivadas nas vendas. Ambas investem em outras áreas de negócios. A Shell destinou US$ 53 mil para ficar com o Grupo BG este ano, enquanto a Chevron gastou em projetos de grande escala de gás natural liquefeito.
?Estão com menos dinheiro, e estão apurando a venda de ativos com que conseguirão preços bem decentes?, ressaltou Brinker. ?Um monte dos ativos que as grandes empresas tem vendido é de refino e transporte, então esses têm sido os mais buscados pelos setores privados e outros investidores?.