Cotidiano

Documentos mais antigos escritos na Grã-Bretanha são encontrados na lama

LONDRES – Arqueólogos dizem que encontraram os documentos mais antigos já escritos na Grâ-Bretanha, com 2 mil anos de idade, no Centro de Londres.

Segundo os especialistas do Museu de Londres, são mais de 400 tabuletas de madeira com mensagens gravadas. Elas foram encontradas por operários durante as obras para a construção do novo prédio da companhia de informação Bloomberg, no centro da cidade. A área pertence à City, o distrito financeiro da capital do Reino Unido e que ocupa a área original de Londinium, a cidade romana original criada em 47, no século I.

É dessa época a maioria das mensagens, que teriam sido escritas entre 57 e 80. Quase 90 dos documentos já foram decifrados. Um é um alfabeto romano, provavelmente usado para ensinar a ler e escrever.

Outro é um documento que ainda tem o endereço: “Para Mogontius, em Londres”. Seria a mais antiga referência escrita à Londres, com registros históricos tendo dados de apenas 50 depois.

Um terceiro é datado de 8 de janeiro de 57, o documento manuscrito mais antigo já encontrado nas ilhas britânicas. A tabuleta diz: “No segundo consulado de Nero Cláudio César Augusto Germânico e de Lúcio Calpúrnio Pisão, no sexto dia antes dos Idos de Janeiro. Eu, Tíbulo, liberto de Venesto, escrevo e digo que devo 105 denários a Gratus, liberto de Espúrio, por mercadoria que foi vendida e entregue. Devo este dinheiro a ele ou a quem se envolver na questão…”

As tabuletas de madeira, forma de escrita mais barata que o pergaminho, foram preservados na lama molhada do rio Walbrook, que antes era um rio aberto na capital e agora está enterrado. Durante o uso, eram cobertas por cera de abelha escurecida para preservação. A cera não resistiu, mas as tabuletas foram preservadas;

“É incrivelmente importante, é a primeira geração de londrinos falando”, disse em entrevista à Associated Press a arqueóloga Sophie Jackson, diretora do museu de Londres.