
Uma iniciativa desenvolvida por acadêmicos da Universidade Estadual do Oeste do Paraná levou informação, inspiração e orientações sobre o ensino superior aos alunos da Educação de Jovens e Adultos da APAE de Cascavel.
A atividade integra um projeto de extensão vinculado à disciplina de Prática Extensionista, sob a supervisão da professora Sandra Stocker, e teve como foco apresentar as oportunidades oferecidas pela universidade, além de discutir acessibilidade e direitos das pessoas com deficiência no meio acadêmico.
A palestra foi realizada na APAE e buscou aproximar a comunidade das instituições de ensino superior, mostrando que o ambiente universitário também é um espaço possível e acessível para pessoas com deficiência. Durante o encontro, os acadêmicos compartilharam experiências vivenciadas na Unioeste, abordando desde o ingresso na universidade até as políticas de apoio e inclusão existentes ao longo da graduação.
De forma didática e acolhedora, o grupo destacou os mecanismos de acessibilidade, o suporte pedagógico oferecido aos estudantes PCDs e a importância de conhecer e reivindicar direitos no ambiente acadêmico. O objetivo, segundo os organizadores, foi o de ampliar horizontes e estimular os alunos da APAE a enxergarem o ensino superior como uma alternativa real para a continuidade dos estudos.
Momento marcante
Um dos momentos mais marcantes da atividade foi o depoimento de Luiz Basso, integrante do grupo responsável pela palestra. Ex-aluno da APAE e com distrofia muscular, Luiz contou sua trajetória de transição para o ensino regular, a decisão de prestar vestibular na Unioeste e a aprovação no curso de Administração, onde atualmente cursa o primeiro ano. “Apesar das dificuldades vividas pelas pessoas com deficiência, eu enfrentei, fiz o vestibular e fui aprovado. Hoje em dia, as oportunidades são mais acessíveis e temos mais possibilidades de igualdade”, disse Luiz, que utiliza um aplicativo chamado TD Snap, para se comunicar.
A experiência de Luiz ganhou ainda mais significado com o relato de sua mãe, Amanda Basso. Para ela, a caminhada na educação é desafiadora, mas cheia de possibilidades. “Não é um caminho fácil, mas entrar em uma universidade é possível. Com determinação e apoio, os sonhos podem ser realizados”, afirmou, emocionada.
Além de Luiz Basso, participaram do projeto as acadêmicas Luciana Farias, Estefany Garcia, Raquel Farias, Nayumy Skawranski e Juliana Otaviano. O grupo reforçou que ações extensionistas como essa cumprem o papel social da universidade pública, ao levar conhecimento para fora dos muros acadêmicos e, ao mesmo tempo, aprender com a realidade da comunidade.
A iniciativa reafirma a importância da extensão universitária como ferramenta de inclusão, transformação social e incentivo à educação, mostrando que o acesso ao ensino superior pode — e deve — ser um direito de todos.