Cascavel e Paraná - O mais recente boletim de progresso safra, divulgado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), mostra a evolução do plantio de soja no Brasil, safra 2025/26. Conforme o levantamento, o índice de semeadura já está em 8,2% da área prevista para o Brasil. O Paraná é líder, com 31% da área plantada, à frente do Mato Grosso, com 15,6% e Mato Grosso do Sul, com 5%. Logo na sequência, aparece o estado de São Paulo, com 3%; Minas Gerais, com 1,4% e Goiás, com 1%. Grande parte desse desempenho paranaense é atribuída à região Oeste.
Conforme o Climatempo, há previsão de chuvas mais regulares a partir da segunda quinzena de outubro, panorama favorável para as regiões Centro-Oeste e Sudoeste. Existe ainda a possibilidade de formação de temporais na região Sul do País, provocando uma frente fria, associada ao um ciclone extratropical. Inclusive, há previsão de ventos acima de 100 km/h e queda de granizo. Esse clima deve avançar ara o Paraná e Santa Catarina e chegar ao Sudeste.
Segundo o Deral (Departamento de Economia Rural), ligado à Seab (Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento), o plantio da soja ganhou ritmo em praticamente todas as regiões, com avanço expressivo em áreas onde as chuvas se regularizaram. As condições de umidade no solo são favoráveis, embora em algumas localidades o plantio ainda esteja em ritmo lento devido a precipitações irregulares ou excesso de umidade. Em municípios mais avançados, as lavouras em emergência apresentam bom estabelecimento e vigor. A expectativa é de aceleração significativa das semeaduras nas próximas semanas, consolidando o calendário da safra 2025/26.
Em entrevista à equipe de reportagem do Jornal O Paraná, o engenheiro agrônomo Airton Cittolin, traça um panorama do plantio atual na região Oeste. Segundo ele, atrasou um pouco o plantio, mas ainda estamos em uma época boa para semeadura. Quanto à chuva, ela é considerada boa nessa fase. “A temperatura mais fria não é favorável para o plantio. Para a soja, quanto mais quente, melhor. O clima atual vai a soja se desenvolver de maneira mais lenta, abrindo espaço para o surgimento de pragas”.
Trigo e milho
Por sua vez, a colheita do trigo avança de forma consistente em todo o estado e encontra-se próxima da conclusão em diversas regiões. As produtividades variam conforme os efeitos da estiagem e das geadas, mas, em algumas regiões, os resultados têm superado as expectativas iniciais. Nas áreas remanescentes, o trabalho deve se intensificar à medida que as condições climáticas permitirem.
Em alguns municípios, ventos fortes e chuvas persistentes causaram acamamento e podem comprometer a qualidade dos grãos. Ainda assim, o desempenho geral da cultura é considerado satisfatório. Na Argentina, a Bolsa de Comércio de Rosário estima a safra de trigo 2025/26 em 23 milhões de toneladas, igualando o recorde da temporada 2020/21 e representando um aumento de 14,4% em relação à colheita de 2024/25. O USDA projeta uma produção de 19,5 milhões de toneladas para o mesmo período.
Já o plantio do milho verão avança rapidamente e já se aproxima da conclusão em várias regiões. As chuvas irregulares no final de setembro favoreceram a germinação e o desenvolvimento inicial das lavouras. Em algumas áreas, há relatos de presença pontual de cigarrinha e tripes, exigindo monitoramento constante.
Em meio às incertezas sobre o apoio financeiro a agricultores dos Estados Unidos, os preços dos grãos registram poucas oscilações na abertura da bolsa de Chicago quinta-feira.
Contratos da soja
Depois de duas sessões consecutivas de valorização, os contratos da soja com vencimento em novembro voltam a cair, recuando 0,49% e sendo negociados a US$ 10,2450 por bushel. O movimento reflete a ausência de novos anúncios da Casa Branca sobre o pacote de auxílio prometido aos produtores impactados pela guerra comercial, somada ao avanço da colheita nos Estados Unidos e à falta de novas compras chinesas da safra corrente.
No mercado de milho, o cenário também é de leve baixa. Os contratos para dezembro cedem 0,18%, cotados a US$ 4,2125 por bushel. O tempo seco no Meio-Oeste norte-americano vem acelerando os trabalhos de campo, o que aumenta a oferta e pressiona as cotações. A escassez de informações sobre exportações limita qualquer sustentação mais consistente nos preços.