Paraná

Levantamento mostra que 10% da população paranaense é PCD

Entenda o recente levantamento sobre PCDs no Brasil e a polêmica da ADI que afeta recursos do Governo do Paraná - Foto: Vandré Dubiela
Entenda o recente levantamento sobre PCDs no Brasil e a polêmica da ADI que afeta recursos do Governo do Paraná - Foto: Vandré Dubiela

Paraná - Em meio à polêmica dos últimos dias envolvendo uma ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) em trâmite no STF (Supremo Tribunal Federal), que pode promover corte nos recursos disponibilizados pelo Governo do Paraná para todas as escolas especializadas, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgou levantamento relevando a existência de 14,4 milhões de PCDs (Pessoas com Deficiência) no Brasil. Deste total, 2,4 milhões têm autismo.

No Paraná, 10% da população possui algum tipo de deficiência, seja ela intelectual ou múltipla. A informação foi confirmada à equipe de reportagem do Jornal O Paraná pelo presidente da FEAPAES (Federação da Apaes do Paraná), Alexandre Augusto Botareli Cesar.

São 191 alunos com deficiência matriculados nas escolas, tanto nas APAEs como no ensino regular. Deste total, 41 mil (17%) são atendidas unicamente nas escolas especializadas e o restante (83%) no ensino regular. No Paraná, são 393 escolas especializadas, sendo 330 são APAEs, 17 co-irmãs e as outras congêneres.  

Voltando à abordagem nacional, com base nos números divulgados, o percentual de pessoas com deficiência corresponde a 7,3% da população nacional de dois anos ou mais. Mulheres representam 8,3 milhões e homens, 6,1 milhões. Das regiões do País, é o Sudeste que tem a maior concentração de pessoas com deficiências intelectual ou múltipla. Por lá, são 5,7 milhões de pessoas. Na sequência, aparece o Nordeste, com 4,6 milhões. Nas demais regiões, o número não supera 2 milhões de pessoas.

Região Sul tem 1,9 milhão de PCDs

Na Região Sul, onde fica o Paraná, são 1,9 milhão de Pessoas com Deficiência. O Norte, conta com 1,2 milhão e o Centro-Oeste, 1 milhão de PCDs. Ao analisar proporcionalmente, a Região Nordeste responde pela maior participação das pessoas com deficiência, com 8,6% da população regional. Na sequência, aparece o Norte, com 7,1%; Sudeste, com 6,8%; Sul, com 6,6%; e Centro-Oeste, com 6,5%.

Variações são observadas também em noves estados nordestinos, apresentando os seguintes números: Alagoas (9,6%), Piauí (9,3%), Ceará e Pernambuco (ambos com 8,9%).  No subtema cor ou raça, a maioria das PCDs é parda ou branca, ou seja, 6,4 milhões e 6,1 milhões, respectivamente. Logo atrás, 1,8 milhão são de pessoas pretas, 78 mil indígenas e 55 mil amarelas.

Em relação à faixa etária, são 10,7% das PCDs entre 15 a 29 anos; 8,1% das PCDs têm de 30 a 39 anos; 30,5 das PCDs têm de 40 a 59 anos; 32,8% das PCDs tinham de 60 a 79 anos e 12,6% das PCDs com 80 anos ou mais.

Dificuldades

As dificuldades funcionais classificadas pelo IBGE são: Dificuldade permanente para enxergar, mesmo usando óculos ou lentes de contato; Dificuldade permanente para ouvir, mesmo usando aparelhos auditivos; Dificuldade permanente para andar ou subir degraus, mesmo usando prótese ou outro aparelho de auxílio; Dificuldade permanente para pegar pequenos objetos, como botão ou lápis, ou abrir e fechar tampas de garrafas e Dificuldade permanente para se comunicar, realizar cuidados pessoais, trabalhar ou estudar por causa de alguma limitação nas funções mentais.

A dificuldade funcional de maior evidência entre os PCDs é a de enxergar, atingindo cerca de 7,9 milhões de pessoas com deficiência. A dificuldade permanente para andar ou subir degraus, corresponde a 5,2 milhões de pessoas. As demais são: impedimento permanente relacionado à destreza manual – como pegar pequenos objetos ou abrir e fechar tampas: 2,73 milhões de pessoas; Dificuldade permanente devido à limitação nas funções mentais: 2,69 milhões de pessoas e Dificuldade permanente para ouvir: 2,55 milhões de pessoas.

Conforme o IBGE, em 16% dos domicílios recenseados há pelo menos um morador (adulto ou criança) com deficiência. A Região Nordeste apresentou o maior percentual de domicílios com ao menos um morador PCD (19,5%), seguida pelas Regiões Norte (17,8%), Sudeste (14,7%), Centro-Oeste (14,3%) e Sul (14,1%).

Apesar de todos os esforços concentrados, o analfabetismo ainda é um peso para as PCDs. Entre pessoas com deficiência (de 15 anos ou mais) “permanece elevado e significativo”. O País soma 2,9 milhões que não sabem ler e escrever, equivalente a uma taxa de analfabetismo de 21,3%.

Dentre as PCDs analfabetas, quase metade delas (48%) reside no Nordeste, enquanto 27,7% vivem no Sudeste. Em comparação, entre as pessoas sem deficiência da mesma faixa etária, há 7,8 milhões de analfabetos, com taxa de analfabetismo em 5,2%.

Brasil tem 2,4 milhões de autistas

Enquanto isso, do total de 14,4 milhões de Pessoas com Deficiência, 2,4 milhões são autistas. É a primeira vez que o Censo Demográfico realiza esse tipo de abordagem. Foram questionados moradores de cada domicílio. Conforme o IBGE, o autismo é mais presente nos homens (1,5%) e as mulheres (0,9%). Isso representa 1,4 milhão de homens autistas e 1 milhão de mulheres com TEA. Entre os grupos, a maior prevalência é entre crianças. Ao todo, são 868,9 mil com idade até 4 anos.