Cascavel - Pela primeira vez na história de Cascavel, o número de casos de chikungunya ultrapassou o de casos de dengue e um novo alerta foi emitido pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde). O boletim publicado nesta quinta-feira (19) confirmou mais 43casos da doença, totalizando 57 ao todo, sendo 51 deles na Região Norte da cidade, principalmente no Brasmadeira que tem 43 casos, Interlagos cinco casos, Morumbi dois, um no Floresta e um no Periollo.
Além desses, os casos começaram a ser confirmados em outros bairros, o que significa que a doença já está presente em outras localidades. O boletim apontou casos confirmados no Recanto Tropical, Guarujá, Universitário e no Cascavel Velho. No caso da dengue, a cidade tem 30 casos confirmados neste ano epidemiológico que começou em julho e vai até julho do ano que vem – mas vem de uma epidemia da doença no ano anterior que totalizou com mais de 32 mil casos e 58 óbitos.
Aumento de casos na cidade
Para o secretário municipal de saúde de Cascavel, Miroslau Bailak, este aumento repentino é muito preocupante, deixando a cidade como a pior em número de casos de todo o Estado. “No ano epidemiológico passado todo tivemos 13 casos de chikungunya e agora temos muito mais do que isso, é um surto da doença que identificamos que está mais localizado na Região Norte da cidade”, descreveu.
Bailak alertou que desta forma a cidade pode ter uma nova epidemia do mosquito, caso a população não ajude a fazer a sua parte. O tempo de chuva e calor é ainda mais prejudicial, já que ajuda a proliferar o mosquito aedes aegypti, transmissor da doença. “Não podemos permitir criadouros do mosquito, temos que fazer a nossa parte, já que a chikungunya é terrível, com dores tão fortes que podem deixar a pessoa incapacitada de executar a sua higiene pessoal”, falou.
Ele lembrou que tem um carro na cidade que foi encaminhado pela Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) para passar o fumacê, mas que, além disso, já foi solicitado mais quatro carros que devem chegar nos próximos dias e passar o veneno em pelo menos um terço da cidade, e reforçando os ciclos que devem totalizar seis em cada localidade.
Sobre o trabalho dos agentes de endemias, o secretário falou que eles só irão parar no dia de Natal e no Ano Novo, mas que nos outros dias estarão trabalhando intensamente para auxiliar os moradores, identificando possíveis focos. “Deixem os agentes entrar na sua casa, recebam bem ele que ele vai te ajudar a identificar os focos e eliminar. O lixo o morador precisa tirar, mas o agente tem treinamento e fará a parte técnica do trabalho”, reforçou.
Além do fumacê, os agentes vão continuar com o trabalho de aplicação de inseticida com a bomba costal. As unidades de saúde também foram orientadas a atender todos moradores que tiverem sintomas e a realizar exames para identificar a diferença entre a dengue a e chikungunya. “Precisamos que todos façam a sua parte porque estamos à beira de um problema sério de saúde pública”, alertou.
Fumacê
A aplicação do fumacê continua durante esta semana, sempre no começo da manhã e no fim da tarde das 16h30 às 21h e das 5h às 9h, mas só pode ser aplicada se não tiver incidência de muito vento e da chuva. A aplicação está sendo feita nos bairros Melissa, Julieta Bueno, Brasmadeira, Tocantins e Interlagos. Para avisar a população, os carros de som estão passando pelos bairros, já que alguns cuidados devem ser tomados.
A recomendação é que as portas e as janelas sejam abertas, mas que potes com alimentos e água de animais de estimação sejam retirados, assim como a proteção de gaiolas, caixas de água e do próprio ser humano – principalmente as pessoas com problemas respiratórios. Vale lembrar que o inseticida só elimina o mosquito em circulação e que, por isso, os cuidados com a eliminação de novos criadouros devem ser mantidos. É importante manter sempre os quintais limpos e não deixar nenhum tipo de água parada.
Sintomas
Os principais sintomas da doença são febre alta e repentina, diarreia, vômito e uma dor intensa nas articulações principalmente das mãos e dos pés. Também pode provocar dor nas costas, dores musculares, manchas vermelhas pelo corpo, prurido (coceira) na pele, que pode ser generalizada ou localizada apenas nas palmas das mãos e plantas dos pés, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, conjuntivite não-purulenta, além de diarreia e/ou dor abdominal, manifestações do trato gastrointestinal que acabam sendo mais presentes em crianças.