Cascavel – O funcionamento do Centro de Cirurgias Eletivas do HUOP (Hospital Universitário do Oeste do Paraná) completa o seu primeiro mês nesta quarta-feira (16), somando um total de 296 cirurgias. A expectativa era de realizar pelo menos 380 procedimentos ao mês, mas de acordo com a direção da instituição o número é importante por ser o primeiro mês de funcionamento do centro – que ainda passa por alguns processos de adaptação. Somadas às 129 cirurgias mensais realizadas dentro do hospital, ao todo o HUOP realizou 425 procedimentos.
“É um número muito interessante, resolvendo o problema de pacientes que aguardavam por tanto tempo nessa fila. A gente espera ainda aumentar essa quantidade, para resolver a situação de pacientes, procurando aí nesse contrato de um ano reduzir de forma significativa a fila, e que os pacientes não precisem mais esperar dois ou três anos para ter a sua cirurgia realizada como ocorria até então”, explicou o diretor geral do HUOP, Rafael Muniz.
Segundo ele, neste primeiro mês a empresa tem cumprido com todas as prerrogativas do contrato e seguido muito aberta também às situações de inovação, na adaptação, nos trabalhos do dia a dia, já que o hospital observa algumas necessidades de melhoria. Sobre o espaço, o diretor avaliou de forma positiva já que atende ao fluxo de pacientes e às demandas de todo o processo cirúrgico.
“Temos um bom espaço com condições de ocupar com 40 pacientes, mais as salas cirúrgicas e a sala de recuperação pós-anestésica funcionando em ritmo bastante acelerado. E a perspectiva desse crescimento a gente tem cobrado e conversado diariamente com a equipe da empresa que presta serviço para que isso siga se elevando o número cada vez mais”, avaliou o diretor.
Atraso
A abertura do Centro acabou atrasando em uma semana, já que foi anunciada para o dia 9 de setembro, mas uma vistoria da Vigilância Sanitária Municipal e uma série de novas exigências acabaram atrasando a liberação das cirurgias que, inclusive, já estavam programadas. De acordo com Rafael, a fila de espera é de pelo menos 3,2 mil pacientes que aguardam pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e que devem passar pelo procedimento no Centro, que funciona na antiga Ala de Queimados, mas que nunca chegou a ter essa finalidade.
O espaço estava ocioso e na época da pandemia foi utilizado como ala Covid-19. Após o período mais crítico da doença, com a estrutura já montada, a instituição hospitalar – que tem uma demanda de mais de 2 milhões de pacientes na Macrorregião Oeste – decidiu transferir a estrutura de UTI’s (Unidades de Terapia Intensiva) para o espaço que agora foi destinado às eletivas, já que com a inauguração da nova ala materno-infantil, o hospital conseguiu novamente se reestruturar internamente e abrigar os cerca de 350 leitos existentes.
Administração
O serviço é prestado pela CIS (Centro Integrado em Saúde), da cidade de Santa Mariana, vencedora da licitação que tem prazo de 12 meses. O valor do contrato é de R$ 32 milhões para a realização de 3120 cirurgias, sendo cirurgia geral, ortopedia, urologia e vascular. O valor unitário de cada procedimento varia de R$ 3.128,22 a R$ 17.569,63. Este é o primeiro contrato de terceirização de serviços do HUOP, que tem parceria com a Sesa (Secretaria de Estado da Saúde).
Além das eletivas, existe ainda a previsão da realização de cerca de mil procedimentos de cirurgias de urgência e de emergência que visam aliviar o Pronto-Socorro durante os 12 meses. Para este lote, o valor previsto é de R$ 5.399.170,00 para os mil atendimentos, pagos na medida em que os atendimentos forem necessários. O PS conta com 33 leitos, espaço que sempre está superlotado.
O local funciona em horário estendido, durante a semana até a meia-noite e nos finais de semana até às 19 horas. Paralelo a isso, ocorrem dentro do hospital 129 procedimentos ao mês, 80 de baixa e média complexidade e 49 de alta complexidade, de forma remunerada, valor repassado pela Sesa.
Vereadores não destinam emendas para eletivas
Cascavel – Uma verba de R$ 2,1 milhões foi repassada no ano passado do Legislativo para a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) para “aliviar” a fila por meio das emendas impositivas. De acordo com o vereador e presidente da Comissão de Saúde da Câmara, Edson de Souza, o secretário municipal de Saúde, Miroslau Bailak, prestou contas de que do montante foram feitas cerca de 400 cirurgias e o restante em exames.
Segundo ele, neste ano não teve destinação de valores, mas para o próximo ano a comissão quer sugerir o investimento das emendas em uma nova modalidade, para realização de exames e cirurgias na área da oftalmologia, como um programa de investimentos. As discussões devem começar já na próxima semana.
Procurado pela reportagem do Jornal O Paraná, a Prefeitura disse que a realização de cirurgias eletivas é de alta complexidade e que são de responsabilidade do Governo do Estado, já que o Município atende à Gestão Básica e que com os recursos dos vereadores foram realizadas cirurgias e exames, porque eram recursos extras do orçamento municipal.
Além disso, com os recursos da Sesa de cerca de R$ 8 milhões, foram feitas até agora 801 cirurgias de média complexidade, com valor de mais de R$ 530 mil. Além de 48.967 exames de média e alta complexidade, no valor de R$ 4.704.136,00 e que o restante do valor segue sendo investido.