Desde que começou a funcionar o HR (Hospital de Retaguarda) Allan Brame Pinho, ainda no pico da pandemia da Covid-19, em 2020, o local se tornou uma verdadeira “retaguarda” no atendimento público pelo o SUS (Sistema Único de Saúde). O local teve um importante papel no atendimento aos pacientes com o vírus e, desde então, vem se mantendo como um importante reforço, tanto no atendimento de enfermaria, unidade de terapia intensiva e, por último, como ambulatório de pacientes com dengue.
Para melhorar essa estrutura que já abrigou a UPA Brasília e o antigo Hospital Santa Catarina, uma grande obra está em andamento na unidade. A revitalização iniciou há alguns dias e começou pelo setor do Centro Cirúrgico, já que depois de pronto, a intenção da Secretaria Municipal de Saúde é de que o local passe a realizar cirurgias de pequena e média complexidade, dessa forma desafogando os leitos represados no Huop (Hospital Universitário do Oeste do Paraná).
De acordo com o diretor do Hospital de Retaguarda, o médico Lísias de Araújo Tomé, a construção é muito importante já que a estrutura é uma das mais antigas da cidade na rede hospitalar e já teve diversos problemas, principalmente com o telhado. “Na época da pandemia o problema se agravou tanto que tivemos que usar guarda-sol em cima dos pacientes porque não tinha aonde colocar as pessoas e a gente precisava atender”, relembrou.
Segundo Tomé, que acompanha a obra, o HR já passou por uma readaptação interna para conseguir liberar espaço para a reforma, que já está bastante visível, com muitas paredes derrubadas. “Reforma no hospital é como trocar pneu com o carro andando, mas fizemos readequações e fechamos metade do hospital, mas mantendo os leitos de enfermaria e de UTI para não prejudicar o atendimento”, disse. Ao todo, o hospital conta com 60 leitos, sendo 50 de enfermaria e 10 de UTI.
Conforme o diretor, depois que a intervenção no Centro Cirúrgico estiver concluída, a reforma será estendida aos outros setores que estão em uma situação estrutural “um pouco melhor”, o que deve garantir um andamento mais rápido dos trabalhos. Já na parte de trás da área do HR, será edificada uma estrutura com três novos pisos, acoplada ao centro cirúrgico, que será fundamental para ampliar o espaço que se tornou pequeno devido à ampliação dos serviços do hospital que cresceram – e muito – nos últimos anos.
A obra está sendo executada pela Construtora Irmãos Godoy que venceu a licitação pelo valor de R$ 5.253.820,91, abaixo do valor máximo estipulado no edital que era de R$ 6.486.198,54 e o prazo de entrega é de um ano.
Nova licitação para concessão onerosa ainda sem data definida para acontecer
O que ainda não tem data para ocorrer é a reabertura do processo licitatório de concessão onerosa do HR Allan Brame Pinho. A licitação, por meio de pregão eletrônico estava marcada para o dia 22 de maio, mas nenhuma empresa se interessou em assumir a gestão. O lance mínimo para a concessão era de R$ 7,2 milhões para o prazo de 10 anos.
À época, o secretário municipal de Saúde de Cascavel, Miroslau Bailak, disse que o custo mensal do hospital gira em torno de R$ 2,2 milhões a R$ 2,5 milhões e apenas o custo de internação dos 10 leitos da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) é pago pelo o Ministério da Saúde, cerca de R$ 350 mil mensais. O restante, que são os valores dos 50 leitos de enfermaria, acaba sendo custeado pelo Município, mas são administrados pela Central de Leitos do Estado.
No ano passado, quando o projeto estava em discussão na Câmara de Vereadores, a Prefeitura de Cascavel argumentou que o objetivo de repassar a gestão do Hospital de Retaguarda para a iniciativa privada é para direcionar melhor os recursos municipais destinados à área da saúde básica, responsabilidade do Município. O projeto de concessão será 100% SUS e o Estado é quem vai pagar pelos internamentos.
Foto: HR / Secom