Saúde

Médico alerta que fim de estado de emergência “é mais administrativa”

Apesar do fim da emergência, cuidados de prevenção não devem ser abadonados

Médico alerta que fim de estado de emergência “é mais administrativa”

 

Cascavel – Depois de um mês em que foi assinada a portaria da decisão do Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, chegou ao fim, no domingo (22), o estado de emergência em saúde pública de importância nacional, decretado em função da pandemia de Covid-19 no Brasil.A portaria assinada no dia 22 de abril previa o prazo de 30 dias para que estados e municípios se adequassem à nova realidade.

De acordo com o Ministério da Saúde, a decisão do governo brasileiro foi tomada com base do cenário epidemiológico mais ameno e o avanço da campanha de vacinação no país. Segundo o Ministério da Saúde, apesar da medida, nenhuma política pública de saúde será interrompida e o ministério vai continuar dando apoio aos estados e municípios em relação à continuidade das ações que compõem o Plano de Contingência Nacional.

No dia 12 de maio, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), prorrogou, a pedido do Ministério da Saúde, o prazo de validade das autorizações para uso emergencial de vacinas contra Covid-19, que deixariam de ser usadas na campanha de vacinação contra a doença com o fim do “estado de emergência”. A medida vale também para medicamentos que só deveriam ser usados durante a crise sanitária.

Segundo a decisão da Diretoria Colegiada da Anvisa, as autorizações permanecerão válidas por mais um ano. No mesmo dia, a Anvisa alterou a resolução que permite a flexibilização das medidas sanitárias adotadas em aeroportos e aeronaves, em virtude do encerramento do estado de emergência. Entre as mudanças, estão a retomada do serviço de alimentação a bordo e permissão para retirada de máscaras para se alimentar, durante o voo.

 

E os médicos?

O médico Rodrigo Nicácio, que esteve à frente do Serviço Médico de Urgência e Emergência, Consamu Oeste, durante grande parte do pior cenário da pandemia, analisou que a ação administrativa é necessária e importante para o atual momento. “Isso não significa o fim da pandemia em si, mas a suspensão de uma série de autorizações que tiveram vigência durante os últimos dois anos para facilitar e agilizar ações de enfrentamento”, explicou o médico.

Nicácio lembrou que a medida é mais administrativa e se refere as esferas de governo que devem se reorganizar e rever planejamentos pra seguir com ações e investimentos, como sempre fora feito e que “muitos ganhos ficarão, como a telemedicina que foi formalmente liberada no país, com respaldo para diversas atividades médicas por tecnologia remota”. Para o médico, estava na hora disso ocorrer, já que os indicadores do momento dão sustentação técnica para a medida adotada pelo governo.

Um dos sinais de recuo da pandemia em Cascavel, é que há mais de um mês o boletim diário da doença com casos e óbitos, deixou de ser lançado diariamente e passou a ser divulgado apenas uma vez por semana, já que de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, foi necessário priorizar os dados da dengue no momento em que os casos tiveram crescimento acentuado. Também a maioria dos municípios deixaram de emitir os boletins diários por conta da queda de casos de Covid. O mesmo aconteceu com o boletim de ocupação de leitos da macrorregião.

O secretário de Saúde de Cascavel, Miroslau Bailak, disse que administrativamente o Município vai seguir com seus trabalhos e que continua reforçando recomenda sobre a importância de vacinar e ainda manter o uso de máscaras em locais fechados.

 

Uso de máscara

No caso das unidades de saúde, o uso ainda é obrigatório, por ser um local de trânsito de várias pessoas com doenças diversas, sendo necessário prevenção para segurança de funcionários e pacientes. Também no transporte público, o uso de máscara continua sendo recomendado, mas já não é obrigatório.

Para Bailak, é importante o uso permanente para pessoas que estejam com algum tipo de sintomas de gripe, o que ajuda a combater a transmissão não apenas da Covid-19, como também dos outros vírus bastantes comuns nessa época do ano, com a chegada do frio e o aumento das síndromes de sintomas respiratórios.

O uso das máscaras de proteção facial deixou de ser exigido desde o dia 29 no estado do Paraná também em ambientes fechados. No dia 16 de março, a Secretaria Estadual de Saúde já havia liberado o uso em locais abertos. Mesmo com a liberação, algumas “exceções” acabaram sendo mantidas por meio de uma resolução mais detalhada e que traz orientações sobre excepcionalidades onde o uso de máscaras continua sendo recomendado.

 

ABR