Cotidiano

Maio fecha seco e põe em risco abastecimento no oeste e no sudoeste

As previsões são de que a estiagem continuará severa até setembro

Maio fecha seco e põe em risco abastecimento no oeste e no sudoeste

Cascavel – Assolado pela pior estiagem da história desde 2019, com breves intervalos de chuva, o Paraná fecha mais um mês com déficit hídrico e a situação do abastecimento de água no oeste e no sudoeste começa a entrar em nível crítico.

Para se ter uma ideia, em Cascavel, o último mês em que o acumulado de precipitação ficou acima da média histórica foi janeiro, quando choveu 367mm e a média era de 192mm. Nos meses seguintes, só déficits: 15mm de chuva em fevereiro (média de 171mm); 98mm em março (média de 125mm), 3,8mm em abril, o pior mês do ano, cuja média é de 133mm; agora maio, que fechou com 27mm de acumulado, cuja média é de 152mm.

Esses resultados impactam diretamente na agricultura e no abastecimento de água à população.

Com relação a junho, o Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná) é cauteloso em informar que há uma tendência de precipitação de “normal para baixo do normal”. “Isso é uma tendência, variações ocorrem”, explica Fernando Mendes, meteorologista do Simepar.

Na última sexta-feira, o governo federal declarou alerta de emergência hídrica para cinco estados, inclusive o Paraná, devido à seca na bacia do Rio Paraná, que passa no oeste. As previsões são de que a estiagem continuará severa até setembro.

Diante do cenário difícil, a Sanepar já começou a realizar ajustes a fim de não interromper o atendimento aos consumidores. “A Sanepar já adotou medidas e realiza manobras nos sistemas”, informou, em nota.

Em Cascavel, todos os quatro rios que abastecem a cidade estão sendo utilizados e os 16 poços estão ativos. Com a ativação do Rio São José, a situação fica mais estável, mesmo assim, a cidade opera com cerca de 35% abaixo dos níveis máximos. Os quatro rios são: Cascavel, Peroba, Saltinho e São José.

Na situação atual, a Sanepar ainda não prevê a utilização da água do Lago Municipal, a exemplo do que aconteceu em 2019 e 2020, nem dar início em rodízio no abastecimento urbano, mas destaca que, se a crise hídrica se agravar, essas opções poderão ser acionadas.

Na região oeste, a situação mais crítica se encontra nas cidades de Três Barras do Paraná – operando com mais de 40% abaixo dos níveis normais – e Santa Tereza do Oeste, que, por ser atendida por rio com baixa vazão, qualquer diminuição oferece risco para o abastecimento.

Rodízios

Nos últimos anos, Cascavel teve períodos de rodízio do abastecimento de 13 de setembro até dezembro de 2019, quando foram registradas chuvas acima da média, e de 30 de novembro de 2020 até fevereiro 2021, quando pôde ser interrompido devido à chuva significativa em janeiro, que ajudou no nível dos mananciais.