Cascavel – Um dia depois do anúncio do fim de uso de máscaras em ambientes fechados em todo o Paraná, os dados de casos de dengue voltam a preocupar o setor de saúde, já que novamente um grande número de casos foi confirmado pelo boletim do setor de endemias. Cascavel contabilizou mais 171 casos, passando de 468 para 639 casos confirmados. Além disso, outros 670 aguardam resultado de exame.
A quantidade de casos confirmados está concentrada em quatro bairros da cidade. Conforme aponta o boletim da dengue, atualmente são 152 no Bairro Coqueiral, 70 no Cascavel Velho, 30 no Bairro Santa Cruz e 29 no Cancelli. Por isso, é importante que os moradores estejam em alerta e façam uma varredura constante para eliminar os focos de proliferação do Aedes aegypti, já que a cidade está muito perto de decretar estado de epidemia da doença.
Com muitas pessoas doentes, o número de pacientes que procuram as unidades de saúde e consequentemente as UPAS (Unidades de Pronto-Atendimento) tem aumentado e muito, o que resulta em horas de espera. Uma das medidas tomadas para tentar reduzir o problema anunciada nesta quarta-feira (30) pela a Secretaria Municipal de Saúde de Cascavel, foi a abertura do ambulatório do Hospital de Retaguarda para atender parte dos casos.
De acordo com o secretário de Saúde, Miroslau Bailak, as pessoas não podem procurar o hospital de forma direta, devem primeiro ir até a UPA que fará o encaminhamento, que vai funcionar das 7h às 19h. A medida visa reduzir o tempo de espera na UPA que está maior do que a média e gerando reclamações dos pacientes. Além disso, a Secretaria Municipal de Saúde, busca repor profissionais que pediram afastamento dos cargos.
Infestação
Cascavel está com índice alto de infestação da doença, média de 5,6%, bem acima do 1% preconizado pela a Organização Mundial da Saúde. Em alguns bairros, o índice é ainda bem maior, chegando a 10,2% na região do Lago Municipal, abrangendo os bairros Nova York e Pacaembu, entre outros. Em segundo lugar, ficou a região do Bairro Santa Felicidade com 8,7%, mesmo índice registrado na região da FAG, Santa Cruz, Paulo Godoy.
A coordenadora do Setor de Endemias, Ana Paula Barboza, explicou que assim que um caso é confirmado, eles fazem o bloqueio com aplicação de inseticida com a bomba costal, em um raio grande na área no qual o caso foi confirmado. Além disso, na próxima semana deve ocorrer uma nova reunião de análise de dados em que eles vão também analisar o pedido de um carro de aplicação de fumacê na cidade.
Sintomas
Ana Barboza alertou ainda para os sintomas da doença, que acabam variando durante os dias e que os pacientes devem ficar atentos, já que a dengue pode evoluir e se tornar uma dengue hemorrágica. “Pacientes que tiverem muita dor abdominal e sangramento devem procurar atendimento médico de forma rápida porque pode ser sinal de dengue hemorrágica”, explicou. Outros sintomas são bem característicos da doença, como dores no corpo e fundo dos olhos, febre, diarreia, falta de apetite e manchas vermelhas na pele.
Foto: Secom
Paraná registra aumento de 77% de casos confirmados
A Secretaria de Estado da Saúde está em alerta para o combate à proliferação do mosquito Aedes aegipty, transmissor da zika, chikungunya e dengue, doenças chamadas de arboviroses, sendo a última endêmica em todo o Paraná. Desde o novo período sazonal da dengue, que teve início no dia 1º de agosto de 2021 e deve seguir até julho de 2022, o Paraná registrou dois óbitos pela doença. Até ao momento são mais de 42.000 casos notificados. Só na última semana houve um aumento de 77% de casos confirmados e mais de 81% de casos autóctones, ou seja, quando a dengue é contraída no município de residência.
O informe semanal no Paraná confirmou mais um óbito. Trata-se de um homem, de 68 anos, que era residente de Arapongas, município de abrangência da 16ª Regional de Apucarana.
Se comparado ao período sazonal anterior (2020/2021), o Estado teve uma redução no número de notificados (-7%), mas um aumento em 25% em relação aos casos confirmados.
“Os órgãos de saúde pública trabalham de várias formas e têm ações junto à população e às instituições para tentar conter a proliferação do mosquito e assim, da doença, mas a contribuição das pessoas no acondicionamento adequado do lixo doméstico, limpeza do imóvel, nos quintais, calhas, piscinas é fundamental, alertou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.