Reportagem: Cláudia Neis
Cascavel – Os 3 mil testes rápidos comprados pela Prefeitura de Cascavel para identificar o novo coronavírus não serão entregues. Mesmo com o pagamento já empenhado, a empresa responsável pelos kits informou que o governo chinês bloqueou a saída do material do país. Os testes seriam destinados inicialmente a servidores da saúde e da segurança afastados por suspeita da doença e os demais a pacientes com sintomas, conforme fluxo estabelecido pela Secretaria de Saúde.
Enquanto tenta encontrar outro fornecedor dos testes, o Município buscou parceria com laboratórios particulares, só que lá também falta de material. “Já existem dois laboratórios privados credenciados em Cascavel, mas também estão sem os exames”, revela o secretário de Saúde, Thiago Stefanello.
Os laboratórios já cadastrados são o Álvaro e o Unilabor. O laboratório Biovel informou na semana passada que já encaminhou ao governo do Estado o cadastro para a realização de exames e deve ser credenciado nos próximos dias.
Vale ressaltar que o governo do Estado banca apenas os testes em pacientes internados. Assim, os exames solicitados pelo Município serão pagos pela própria prefeitura. Os valores estão sendo analisados, mas dependem da chegada dos insumos para os exames.
Amop busca respiradores
O termo “colapso” usado desde o início da pandemia se refere ao esgotamento do sistema de saúde, e isso inclui o fornecimento de insumos e equipamentos. Os Estados Unidos, por exemplo, já requisitaram a produção total de fábricas norte-americanas e têm recebido grandes cargas chinesas.
Cenário semelhante é visto aqui, no oeste do Paraná. A Amop (Associação dos Municípios do Oeste do Paraná) recebeu R$ 1 milhão da Cotriguaçu e, em acordo com a direção do HU (Hospital Universitário), decidiu comprar respiradores. Contudo, a dificuldade está em encontrar fornecedores.
A equipe responsável pela aquisição busca empresas chinesas e já está em tratativa com dois potenciais fornecedores, que devem se posicionar sobre a situação entre esta terça e a quarta-feira (8).
Mesmo com a verba garantida, não existe a garantia de encontrar o produto no mercado, visto que, além de a China estar impedindo que produtos saiam do país, outros países que produzem os respiradores também têm bloqueado a exportação priorizando o consumo interno dos aparelhos, Argentina e Estados Unidos são exemplos.
Ainda não há orçamento de quanto custaria cada aparelho, nem quantos poderiam ser adquiridos, já que, diante da grande demanda, os valores estão alterados.