Brasília – A OMS (Organização Mundial da Saúde) elevou para “muito alto” o risco em nível global de disseminação do novo coronavírus. “O contínuo aumento dos casos de Covid-19 e do número de países afetados pelos últimos dias é claramente preocupante”, ressaltou o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, em coletiva à imprensa em Genebra nessa sexta-feira (28). Covid-19 é a doença causada pelo novo coronavírus.
Até ontem, a China tinha registrados 78.959 casos do Covid-19, com 2.791 mortes pela doença. Fora da China eram 4.351 casos em 49 países, com 67 mortes. Desde a quinta-feira (27), Dinamarca, Estônia, Lituânia, Holanda e Nigéria reportaram seus primeiros casos, todos relacionados à disseminação do vírus na Itália.
“O que vemos agora são epidemias do Covid-19 interligadas em muitos países. mas a maioria dos casos é rastreável para contatos ou grupos de casos conhecidos. Não vemos evidências de disseminação do vírus livremente em comunidades”, destacou Ghebreyesus.
Segundo ele, dessa forma há a chance de conter a disseminação do vírus, se ações drásticas forem tomadas para detectar cedo os casos, isolar e cuidar dos pacientes e de quem teve contato com eles. “A solução para conter o coronavírus é quebrar as cadeias de transmissão”, reforçou.
Ele reforçou que as pesquisas em medicamentos e vacinas contra o novo coronavírus estão avançando, porém, o diretor reforça que não é necessário esperar por estes recursos, já que há ações que cada indivíduo pode tomar para prevenir a contaminação, como higienizar bem as mãos, as superfícies e espirrar em lenços descartáveis.
No Brasil
O Ministério da Saúde informou na tarde dessa sexta (28) que fará uma campanha publicitária para reduzir o risco de transmissão do novo coronavírus. Segundo a pasta, o foco da ação será nos hábitos de higiene e nas precauções sobre contato físico entre as pessoas.
O custo previsto da ação é de R$ 10 milhões e será veiculado em internet, rádio e televisão.
O ministério informou que existem 182 casos considerados suspeitos de coronavírus no Brasil e que 71 casos já haviam sido descartados e um caso confirmado em São Paulo.
O Paraná monitorava cinco casos até a noite de quinta, mas ontem descartou dois.
O secretário de Vigilância da Saúde do ministério, Wanderson Kleber de Oliveira, disse que a partir da próxima semana a pasta também divulgará os “casos prováveis” para incluir as pessoas que têm contato com casos já confirmados.
Dólar renova recorde
O dólar avançou nessa sexta-feira (28), pela oitava sessão consecutiva, e renovou o patamar recorde de fechamento nominal (sem considerar a inflação) à medida que a disseminação do coronavírus para fora da China aumenta a preocupação de uma recessão econômica global. Já a Bovespa teve queda.
A moeda norte-americana subiu 0,10%, vendida a R$ 4,4809. Na máxima, o dólar chegou a R$ 4,5141. Na semana, a moeda acumulou alta de 2,01%. No mês, subiu 4,57%. No ano, o avanço é de 11,75%.
O Banco Central voltou a atuar nos mercados nessa sexta-feira, realizando oferta líquida de até 20 mil contratos de swap cambial tradicional, em que vendeu todos contratos, no equivalente a US$ 1 bilhão.
Além disso, a autarquia fez a rolagem integral de todos os US$ 3 bilhões ofertados em linhas de dólares com compromisso de recompra. O BC ofertou ainda na sessão até 13 mil contratos de swap cambial para rolagem do vencimento abril.
Na quinta, o BC vendeu US$ 1 bilhão em contratos de swap cambial tradicional para conter a volatilidade. Na quarta, a autoridade monetária havia colocado US$ 500 milhões nesses ativos, em oferta líquida.