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Coqueluche: Cascavel tem seis casos confirmados e 28 em investigação

Saiba mais sobre a coqueluche: doença respiratória aguda, altamente contagiosa, com sintomas como tosse seca e coriza. Foto: AEN
Saiba mais sobre a coqueluche: doença respiratória aguda, altamente contagiosa, com sintomas como tosse seca e coriza. Foto: AEN

Uma sala inteira de alunos do Cmei Erna Margarida, no Bairro Universitário, é suspeita de ter contraído uma doença que há anos não foi mais falada: a coqueluche. Em Cascavel, são seis casos confirmados da doença, além de 28 em investigação, sendo que 13 deles são dos alunos deste Cmei. Os casos que estão preocupando o setor da saúde foram debatidos na manhã de ontem (10) durante reunião na sede da Amop (Associação dos Municípios do Oeste do Paraná).

‘Tosse comprida’

Conhecida como tosse comprida, a coqueluche é uma doença aguda respiratória causada por uma bactéria, altamente contagiosa por gotículas de saliva e entre os principais sintomas está a tosse seca e a coriza. Em todo o Paraná, desde 2021 está ocorrendo uma ascensão dos casos e, por isso, a reunião que contou com a participação da 10ª Regional de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde debateu ações.

Conforme o chefe da 10ª Regional de Saúde de Cascavel, Rubens Griep, a coqueluche é uma doença que segue com um alerta epidemiológico e todos os casos e os contatos precisam ser investigados para justamente ser feito o bloqueio em tempo oportuno. “Todo o caso suspeito segue em investigação até que haja a confirmação laboratorial ou clínica, uma ação importante da vigilância epidemiológica justamente para a gente poder conter a transmissão da doença”, disse.

Ele lembrou que a coqueluche é uma doença transmissível, que parte importante da população está imunizada, mas ainda temos pessoas não imunizadas. “A parcela mais frágil são realmente as crianças que ainda estão desenvolvendo imunidade porque o esquema vacinal começa aos dois meses de idade, então são doses no segundo, quarto e sexto mês de idade, com reforços ao um ano e meio e depois aos quatro anos de idade”, explicou.

Para o adulto ele acaba tendo mais resistência e não é tão preocupante quanto nas crianças, mas é importante ressaltar que a imunização é a grande questão que está sendo discutida em relação à transmissão da doença. “Temos o risco importante, sabemos que é uma vacina incorporada ao calendário das crianças desde muitos anos, mesmo assim a nossa cobertura no estado do Paraná está menos de 90%”, reforçou.

O município de Londrina registrou uma morte e, em todo Estado, de janeiro até agosto foram 302 casos confirmado.

Transmissão

Estima-se que uma pessoa com coqueluche pode infectar de 12 a 17 outros indivíduos. A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto do doente com uma pessoa não vacinada, por meio de gotículas eliminadas por tosse, espirro ou até mesmo ao falar. Em alguns casos, a transmissão pode ocorrer por objetos recentemente contaminados com secreções de pessoas doentes.

Apesar dos sintomas serem parecidos com os de um resfriado, com febre, tosse, coriza, dores no corpo e cansaço, sem tratamento adequado a tosse pode aumentar consideravelmente.

A doença acomete principalmente crianças e lactentes até os seis meses de idade e a vacinação é a principal forma de controle. O imunizante faz parte do Calendário Nacional de Vacinação do SUS (Sistema Único de Saúde) e está disponível nos postos de saúde do Estado.

Imunização

A imunização contra a doença nas crianças ocorre por meio da vacina pentavalente e DTP. A primeira deve ser aplicada em três doses, aos dois, quatro e seis meses de vida. Já a DTP deve ser administrada como reforço aos 15 meses e aos quatro anos. Atualmente as coberturas vacinais estão em 88,73% e 86,12%, respectivamente. Já para a dTpa, destinada aos trabalhadores da saúde e da educação e gestantes, a cobertura é de 68,93%.