CONFIRMADO!

Cascavel vive “pior epidemia” de dengue da história

Apesar do aumento de novos casos e óbitos, Saúde afirma que média de atendimento diária diminuiu

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Apesar do aumento de novos casos e óbitos, Saúde afirma que média de atendimento diária diminuiu

Cascavel – A esperada “queda na curva” na confirmação dos casos e óbitos de dengue, infelizmente, não chegou. Os números continuam subindo semana após semana, agravando a situação epidemiológica. Durante coletiva de imprensa, ontem (25), a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) de Cascavel confirmou mais 7 mortes e 3.018 novos casos da doença, o que faz com que a Capital do Oeste passe pela pior epidemia da doença da história, com um total de 22.783 casos e 19 óbitos.

Os dados são do atual ano epidemiológico que começou em agosto de 2023 e segue até o fim de julho deste ano. Até agora, a pior situação da doença ocorreu entre 2021/2022 quando a cidade atingiu 13 mil casos e 15 óbitos. Os novos óbitos são de cinco mulheres de 25 a 99 anos e dois homens de 58 a 97 anos. O que chama a atenção é que em três destes casos a pessoa não tinha nenhum tipo de comorbidade.

O secretário de saúde de Cascavel, Miroslau Bailak, voltou a afirmar que, diante de todas as confirmações, é sempre necessário reforçar que os moradores precisam fazer a sua parte e ajudar o Poder Público e os agentes de endemias que estão, diariamente, nas ruas na guerra eliminar os focos do mosquito Aedes aegypti que transmite, além da dengue, a zika e a febre chikungunya. “Acreditamos que na próxima semana tenhamos pelo menos mais 4 mil casos confirmados porque temos uma grande quantidade em investigação”, disse Bailak.

25 suspeitas

Além disso, a Sesau aguarda a confirmação de mais 25 mortes suspeitas pela o Lacen (Laboratório Central do Estado do Paraná), mas segundo o secretário houve uma queda na quantidade de atendimentos diários, com média de 300 por dia na última semana. O bairro com o maior número de casos da cidade é o Morumbi, com 1542 casos, na sequência o Periollo com 1356 e, em terceiro, o Cascavel Velho com 1350, todos na Região Norte da cidade.

Pacientes com sintomas da doença podem procurar as unidades de saúde do Tio Zaca e Ipanema e, ainda, a UBS Nova Cidade que são as três unidades de referência para o atendimento à dengue na cidade, que estão atendendo somente casos suspeitos. As demais unidades permanecem com todos os atendimentos eletivos e atendimentos para dengue, encaminhando para a UPA ou para o Hospital de Retaguarda quando necessário.

Mosquito x frio

De acordo com o biólogo Jean Álvaro Fritz Garda, os dias com as temperaturas mais amenas contribuem – e bastante – na queda a reprodução do mosquito, já que abaixo de 25 graus os mosquitos diminuem a atividade reprodutiva. Por outro lado, as fêmeas continuam deixando os seus ovos que ficam até um ano no ambiente para, então, poder seguir o ciclo. Uma fêmea pode colocar até 100 ovos por ciclo, e apenas ela pica e transmite a doença.

Segundo Garda, é importante ressaltar que nessa epidemia da doença, mesmo com as temperaturas mais amenas, é extremamente importante não deixar a água parada, porque com o clima mais quente o ovo pode eclodir e o processo até a fase adulto leva apenas 10 dias. “Quando retoma esse prazo já tem mais mosquitos sendo produzidos, por isso tem que acelerar a limpeza para frear essa quantidade de mosquitos”, disse.

Números no Paraná

Nesta semana a Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) confirmou mais 41.472 casos da doença no estado e 31 óbitos, totalizando 171 mortes pela doença neste período epidemiológico e 260.517 casos confirmados de dengue no Paraná. Das 171 mortes no Estado, 85 são mulheres e 86 homens. Dos 399 municípios, apenas quatro seguem sem confirmações de dengue: Agudos do Sul e Doutor Ulysses, da 2ª Regional de Saúde, Fernandes Pinheiro, da 4ª RS, e Santana do Itararé, da 19ª Regional.

A 10ª Regional de Saúde de Cascavel continua concentrando o maior número de diagnósticos confirmados, seguida da 8ª Regional de Saúde de Francisco Beltrão e em seguida a 16ª Regional de Saúde de Apucarana.

“Continuamos realizando diversas ações conjuntas com os municípios para conter o aumento do número de casos e óbitos. Só conseguiremos êxito com a colaboração e participação de todos”, disse o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.