Saúde

Cascavel é a cidade com mais mortes por dengue do Paraná

Verificação e eliminação dos criadouros não deve ser ação exclusiva dos agentes, mas dos próprios proprietários dos imóveis

Mutirão Contra a Dengue em Paranaguá
Curitiba,30/11/2015.
Mutirão Contra a Dengue em Paranaguá Curitiba,30/11/2015.

 

 

Cascavel – A guerra contra o mosquito decretada há meses pela Secretaria Municipal de Saúde de Cascavel não está surtindo muitos efeitos e, toda semana, infelizmente, os boletins de atualização de casos e óbitos apresentam crescimento contínuo e significativo, assim como a preocupação com a doença, que tem atingido muitas famílias este ano. Cascavel é a cidade do estado com a maior quantidade de mortes por dengue, pelo boletim estadual já eram sete óbitos e, ontem (22), mais um foi confirmado pelo boletim municipal.

Os dados estão disponíveis no boletim estadual da doença, apontando Maringá como a segunda cidade com mais óbitos, com cinco registros, seguido por Medianeira, com 4 mortes. Em Foz do Iguaçu, apenas dois óbitos foram registrados de acordo com o boletim. Cascavel integra a 10ª Regional de Saúde que também lidera o ranking de mortes do estado, com 11 entre os 25 municípios que fazem parte da regional.

Daniel Fontoura Loss, chefe da Seção de Epidemiologia da 10ª Regional de Saúde, disse que desde o início do aumento de casos foram realizadas muitas ações nos municípios e que, apesar dos boletins, já se percebe um declínio na quantidade dos casos. “No momento mais crítico já fizemos capacitações para o manejo clínico destes casos graves, identificação dos sintomas de gravidade e capacitações para as equipes de campo”, explicou.

Além disso, foi a regional viabilizou a aplicação do fumacê que ocorreu em diversos bairros de Cascavel, buscando reduzir a quantidade de mosquitos adultos transmissores da doença. “Mês que vem [julho] já iniciaremos um novo processo de avaliação e preparo para o próximo ano epidemiológico para identificar as fragilidades e buscar superar, para que não tenhamos o mesmo problema no próximo período”, reforçou.

 

8,8 mil

O boletim semanal da dengue divulgado nesta quarta-feira (22) pela a Secretaria Municipal de Saúde confirmou então o oitavo óbito. Ocorre que todas as terças-feiras sai o boletim estadual e nas quartas-feiras o do Município, que acaba tendo uma melhor atualização. A oitava morte é de um homem de 61 anos que tinha doença neurológica crônica. A cidade está com 8.896 casos positivos.

A coordenadora de endemias de Cascavel, Ana Paula Barboza, disse que a eliminação de criadouros é a principal ação de combate, necessária mesmo com o tempo mais frio. Caso não aconteça essa eliminação, quando as temperaturas sobem, as larvas eclodem e novos transmissores entram em ação. “Não espere o dia que o agente vai a sua casa. Façam a verificação no quintal, se tiver alguma coisa acumulando água, já retire que é muito importante para sair dessa epidemia”.

Ela lembrou que nas últimas semanas ocorreu uma redução no número de notificações da doença devido ao clima e também ao trabalho desenvolvido pelos agentes. Porém, mesmo com a aplicação de fumacê, se a população não colaborar e não cuidar da sua casa ou do seu local de trabalho, a situação volta a se complicar.

Cascavel está em estado de epidemia da doença desde o dia 13 de abril e em risco alto da doença na maioria dos bairros, com índice de 5,3%. Os bairros com mais casos de dengue na cidade são o Cascavel Velho com 713 casos, em seguida o Interlagos com 654 casos e em terceiro lugar o Floresta com 605 casos confirmados. Os principais sintomas da doença são dor de cabeça, dor no fundo dos olhos, febre e manchas pelo corpo. Quem apresentam este tipo de sintoma deve procurar uma unidade de saúde para atendimento médico.

 

AEN

 

Paraná ultrapassa os 100 mil casos

Nesta semana a saúde estadual confirmou mais oito óbitos em decorrência da doença, aumentando para 59 o número total no Paraná. As pessoas que faleceram tinham entre 61 e 91 anos. Eram sete homens e uma mulher e as pessoas residiam em Medianeira (2), Cascavel (2), Maringá (1), Assis Chateaubriand (1), Formosa do Oeste (1) e Toledo (1). Os óbitos ocorreram entre 24 de abril e 2 de junho. Além disso, o estado tem 104.592 confirmações de casos no Paraná.