PREOCUPANTE!

Cascavel confirma mais sete mortes e 2,4 mil casos de dengue

Além disso, existem ainda outras 13 mortes sendo investigadas pelo o Lacen (Laboratório Central do Paraná)

Dengue

Cascavel – A expectativa de que os dias com o clima mais ameno e de frio típico de outono trariam uma queda no número de casos de dengue e de mortes pela a doença ainda não se confirmou e, ontem (18), a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) divulgou os dados relacionados a doença, confirmando mais 7 mortes e 2.422 novos casos em relação a última semana. Além disso, existem ainda outras 13 mortes sendo investigadas pelo o Lacen (Laboratório Central do Paraná).

Cascavel está em estado está em epidemia de dengue desde o começo do ano e já soma 12 mortes e 19.765 mil casos confirmados neste ano epidemiológico que iniciou em agosto de 2023 e vai até o fim de julho, já considerado o pior da história da Capital do Oeste, ultrapassando os dados de 2021/2022 que atingiu 13 mil casos e 15 óbitos. As sete novas confirmações de mortes são de pessoas entre 19 e 97 anos, sendo três mulheres e quatro homens.

De acordo com o secretário municipal de Saúde de Cascavel, Miroslau Bailak, este é resultado da falta de cuidado do cidadão em relação ao criadouro do mosquito. “Que sirva de lição para todos nós e no próximo ano, quando chamarmos a atenção, as pessoas nos ajudem, sendo que no ano passado tivemos apenas 159 casos confirmados, e neste ano, temos essa grande quantidade bem maior de casos”, disse.

Mais uma vez Bailak frisou que o controle mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, depende da colaboração de todos. É necessário que cada um cuide de seu imóvel, seja casa, apartamento, chácara ou outros locais, com medidas simples que precisam ser adotadas para evitar proliferação do mosquito. Entre as medidas que devem ser adotadas está o armazenamento correto e coleta de todo lixo sólido, cuidado com calhas, sacadas e caixas d’água. Vale lembrar ainda, que o trabalho do fumacê, que como alvo os mosquitos adultos, já foi encerrado na cidade.

15 mil a mais

Durante a coletiva de imprensa, o diretor da Sesau, Ali Haidar, apresentou o balanço dos atendimentos de pacientes nas 47 unidades de saúde da cidade. Neste primeiro trimestre do ano, houve um acréscimo de 15 mil consultas médicas e um incremento de 20 mil procedimentos de enfermagem. “Isso com o mesmo número de profissionais, sendo que avaliamos um volume bem expressivo, muitos casos de pessoas com sintomas de dengue que tiveram que ser hidratados e monitorados dentro da unidade de saúde”, detalhou.

Pacientes com sintomas da dengue ainda podem procurar as unidades de saúde do Tio Zaca e Ipanema e, ainda, a UBS Nova Cidade que são as três unidades de referência para o atendimento da doença na cidade, que estão atendendo somente casos suspeitos. As demais unidades permanecem com todos os atendimentos eletivos e atendimentos para dengue, encaminhando para a UPA ou para o Hospital de Retaguarda quando necessário.

No Paraná

A dengue que é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti, soma mais de 219 mil casos confirmados no Paraná, além de 140 óbitos e é diagnosticada de diferentes maneiras: critério clínico epidemiológico, exame laboratorial de sorologia ELISA (Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay) e exame de Reação em Cadeia da Polimerase em Tempo Real (RT-qPCR). O primeiro é feito pelos médicos no momento da consulta e os demais são coordenados pelo Laboratório Central do Paraná (Lacen-PR), com investimento anual superior a R$ 1 milhão.

“Quando falamos de dengue, independente do exame laboratorial ou com base no diagnóstico clínico epidemiológico, o indicado é que as equipes de saúde possam iniciar rapidamente o manejo e o tratamento destas pessoas que procuram o serviço de saúde, principalmente quando estamos falando de uma epidemia”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.

Diferentes métodos e tecnologia para confirmar casos de dengue no Paraná

Os diagnósticos laboratoriais ficam sob a coordenação do Lacen-PR, responsável pela testagem para vigilância das doenças. No caso das arboviroses, são dois tipos de exames: RT-qPCR e sorologia ELISA, ambos aprovados pelo Ministério da Saúde. O método RT-qPCR é o padrão ouro de exames de dengue e de outras doenças virais. Neste procedimento é possível identificar o RNA viral presente na amostra de sangue, especialmente durante os primeiros cinco dias de infecção. Já o teste de sorologia ELISA IgM identifica se aquele paciente possui anticorpos produzidos pelo sistema imunológico em resposta à infecção pela dengue, sendo utilizado quando o sangue é coletado na fase aguda. Após a cura da doença os anticorpos encontrados são do tipo IgG.

O Lacen-PR recebe as amostras de sangue pelo Setor de Gerenciamento de Amostras que, após conferência, as distribui para as equipes responsáveis. As áreas conferem as informações, identificam as amostras com um número sequencial e as armazenam até que sejam processadas. Em média, este processo desde o recebimento das amostras até o resultado leva até sete dias.

Nos últimos meses, com o aumento da circulação do mosquito, metade das amostras tem resultado positivo. Após o resultado, as equipes inserem as informações no Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL) para que os municípios, serviços de saúde, Sesa e Ministério da Saúde tenham acesso.

O Lacen-PR recebe diariamente amostras para testagem de dengue de casos graves (pacientes internados), óbitos, gestantes e unidades sentinela – são cinco amostras semanais de cada uma das 65 unidades.  Testa, também, os primeiros casos de cada município para confirmação do início da circulação viral e qual tipo de dengue foi diagnosticado naquela região.

Descentralização

Para dar suporte nas análises de maneira regionalizada, o Lacen-PR coordena a demanda em outros seis laboratórios descentralizados, localizados em Curitiba, Foz do Iguaçu, Londrina, Maringá, Jacarezinho e Paranavaí. Com o aumento no número de casos de dengue no Paraná, o Lacen-PR recebe em toda essa rede, em média, diariamente, 2 mil amostras para testagem.

Foto: AEN/SESA