Ainda mal interpretada popularmente, a andropausa é uma circunstância comum entre homens no processo de envelhecimento – de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, a condição atinge de 15 a 20% dos homens acima de 50 anos. Em termos práticos, é o momento no qual ocorre queda drástica dos níveis de testosterona, o hormônio sexual masculino. Diferente do que acontece entre mulheres na menopausa, trata-se de um processo mais lento e silencioso, no qual pode haver mudança de humor, queda na libido, perda de energia e habilidades físicas.
Emilio Sebe Filho, urologista e fundador da Lifemen, rede de clínicas que reúne serviços especializados na área de saúde sexual masculina, explica que os níveis de testosterona diminuem gradualmente em homens a partir de 40 anos – estima-se que entre 1% e 3% a cada ano. “Por isso, é importante criar uma rotina de exames e acompanhamento médico, para ter certeza de que a queda não é acentuada”, pontua.
Os níveis adequados de testosterona variam entre 241 e 827 nanogramas por decilitro de sangue. De acordo com o especialista, homens que estão com níveis 50% abaixo do ideal podem experimentar, entre outros sintomas, diminuição da libido, ejaculação retardada, diminuição do número de ereções e até mesmo disfunção erétil – dificuldade em alcançar e manter a ereção do pênis para garantir uma penetração satisfatória. “Isso acontece porque além de ativar o desejo sexual, a testosterona é responsável por estimular as reações químicas necessárias para que ocorra uma ereção. Com níveis muito baixos, toda a dinâmica do corpo se altera”, pontua o especialista.
Existem algumas abordagens para quem está disposto a mudar a rotina para controlar o problema, como manter uma alimentação saudável, praticar exercícios físicos, ter uma boa noite de sono, evitar consumo de cigarro e álcool. Emilio acrescenta, ainda, que um tratamento de reposição hormonal deve ser feito apenas com indicação e acompanhamento médico.
Sintomas de Andropausa
A deficiência de testosterona apresenta variedade de sintomas, e pode estar relacionada a várias doenças. A queda hormonal pode ser caracterizada pelos seguintes sintomas:
Alterações de humor
Cansaço
Sensação de perda de energia
Diminuição da libido e disfunção erétil
Perda de massa óssea e massa muscular.
Há ainda aumento dos riscos alguns problemas de saúde como:
Doença cardiovascular
Diabetes
Obesidade
Hipertensão
Aumento do colesterol.
A deficiência de testosterona tem influência relevante na piora dos níveis de glicose e lipídeos no sangue.
Como as causas da andropausa estão relacionadas com a redução da produção da testosterona e os níveis desse hormônio no sangue, há, por conseguinte, diminuição na produção de espermatozoides.
Os sintomas se apresentam em determinados exames e na dosagem deste hormônio no sangue. O urologista deve levar em consideração não apenas os níveis de testosterona total, mas aqueles que estão efetivamente disponíveis na corrente sanguínea, que serão utilizados pelo organismo.
Os sintomas da andropausa não são considerados e abordados de maneira igualitária entre todos os homens, devido aos hábitos de vida e o desenvolvimento do processo de envelhecimento. Mas entre aqueles que já apresentam a queda hormonal de testosterona, vão revelar algum dos principais sintomas.
Tratamento e cuidados
A reposição hormonal é uma opção, mas ela não deve ser vista como o resgate da juventude para o paciente masculino. Entre os medicamentos para reposição de testosterona está o durateston.
De forma criteriosa, a reposição com testosterona deve estabelecer uma prerrogativa: a constatação de sintomas, com base em exames de sangue, que corroboram a diminuição do hormônio. E fatores como apneia do sono, câncer de próstata, distúrbios que provocam a multiplicação anormal de células, devem ser levados seriamente em consideração.
A eficácia do tratamento de reposição hormonal, por meio de exames de sangue de controle e exames para observar efeitos adversos, deve receber um rigor total do médico urologista responsável.