Cascavel – As roupas utilizadas pelos agentes de endemias e comunitários de saúde são a primeira identificação dos servidores que trabalham diariamente em contato com a população em toda a cidade. Atualmente, cerca de 400 servidores ocupam estes cargos, sendo 160 no combate diário contra a dengue e mais 240 no atendimento aos moradores atendidos pela rede do SUS (Sistema Único de Saúde), serviço que é feito por meio da Unidades Básicas de Saúde de todo Município.
A equipe de reportagem do Jornal O Paraná recebeu uma denúncia quanto ao problema que tem preocupado os agentes. A situação se arrasta desde o início da pandemia em 2020. De acordo com Vanderlei Bandeira, que trabalha como líder dos agentes dos dois setores, o pedido da categoria por novos uniformes foi feito ainda no começo de 2020, mas que até agora não foi resolvido, gerando transtorno aos servidores.
Bandeira frisou que o atual secretário municipal de Saúde, o médico Miroslau Bailak, participou de um evento em outubro de 2022 com a categoria quando teria reconhecido a falta dos uniformes. No começo do ano passado, em reunião com um grupo de agentes, o líder repassou alguns pedidos ao secretário, a maior parte deles negado, momento em que teriam enfatizado o problema e relatado que muitos estavam sem vestimentas apropriadas para visitar as casas.
“O uniforme é a primeira identificação do agente para a população”, salientou Bandeira. Em fevereiro do ano passado, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), realizou uma licitação a qual foi homologada apenas em agosto do ano passado, mas até agora a empresa não entregou os materiais. A situação se agravou ainda mais a partir de então, visto que novos agentes de endemias e comunitários foram convocados para trabalhar, mas que sem o uniforme, estão tendo que utilizar roupa própria.
A reportagem equipe de reportagem teve acesso a uma série de fotos que demonstram a situação. As calças e coletes estão furados e tiveram que ser remendadas com outros tecidos. As camisetas já tiveram que ser descartadas devido ao tempo de uso. Além disso, as mochilas que são repassadas aos agentes estão na mesma situação, velhas e furadas. Os agentes tiveram que adquirir objetos próprios para continuar trabalhando. “Esperamos que a situação se resolva o quanto antes, porque precisamos do uniforme que é importante para todos”, salientou.
Além dos uniformes, a categoria luta desde então por protetor solar com um fator maior de proteção do que 30, como é repassado atualmente, a informatização do sistema, já que ainda é feito o trabalho todo de forma manual em papel e prancheta e ainda melhores condições salariais, visto que grande parte dos salários é repassado por meio do Ministério da Saúde. “Entraram mais homens no último chamamento para trabalhar e o uniforme é considerado um EPI. Tivemos a falta de calçados, mas que foi resolvido, mas nada dos nossos uniformes”, falou Bandeira, lembrando que cada agente deve receber pelo menos dois novos kits de trabalho.
Novos uniformes serão entregues em fevereiro
Em entrevista concedida à equipe de reportagem de O Paraná, o secretário municipal de Saúde, Miroslau Bailak, confirmou a falta de uniformes e uma licitação – que está na fase final -, por meio de compra unificada para a aquisição de novos uniformes. Segundo ele, os itens não foram entregues devido a problemas burocráticos. A previsão é que uma parte deles seja entregue ao Poder Público nas primeiras semanas de fevereiro.
Bailak especificou que esta é uma modalidade de compra de uniformes que não engloba apenas a Saúde e que, por isso, detalhes técnicos acabaram atrasando o processo. Uma das empresas não cumpriu com o prazo, comprometendo mais o processo.
Aos novos servidores serão pelo menos dois kits cada, com sete itens. Aos mais antigos, será feito um levantamento do que é mais urgente para receber primeiro.
Ele ainda reforçou que nenhum dos agentes, tanto de endemias quanto os de saúde, trabalham sem os EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual), tais como bota, chapéu e o protetor solar.
O secretário reforçou que os agentes tiveram os salários equiparados de acordo com a legislação e o Município faz o pagamento conforme a lei, inclusive com os benefícios.