Curitiba - As constantes interrupções de energia elétrica no Estado e os prejuízos econômicos causados aos agricultores paranaenses foram discutidos nesta terça-feira (18), na Assembleia Legislativa do Paraná. A reunião foi promovida pelo Bloco da Agricultura Familiar, liderado pela deputada estadual Luciana Rafagnin (PT).
Perdas significativas
Recentemente, ocorreram perdas significativas, como as 60 mil toneladas de tilápia em Cascavel e 707 frangos mortos em Sulina, devido à falta de energia. “Temos recebido várias denúncias sobre as quedas frequentes de energia, especialmente nas regiões Oeste e Sudoeste. Isso afeta a agricultura familiar, com perdas na produção de leite, frangos e peixes. Já procuramos a Copel, mas sem respostas. Por isso, convocamos as entidades para buscar uma solução”, explicou a deputada.
As principais demandas do setor incluem a terceirização excessiva dos serviços, a falta de materiais para manutenção e a ausência de compensação por apagões prolongados. Em 2023, foram feitos 28 mil pedidos de indenização à Copel, mas apenas 7 mil foram atendidos.
O deputado Professor Lemos (PT) destacou que a energia elétrica não é um bem supérfluo e deve ser garantida a todos. Ele sugeriu a criação de uma Comissão Especial na Assembleia para monitorar o fornecimento de energia no estado. O deputado Arilson Chiorato (PT) alertou sobre a gravidade do problema, mencionando que, de 399 cidades paranaenses, 384 sofrem com quedas de energia frequentes. Segundo ele, a privatização da Copel piorou a situação, com redução de servidores e a contratação de funcionários sem expertise.
Faep
Representando a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Jefrey Albers ressaltou os impactos econômicos, como o aumento nos preços para o consumidor devido à redução da oferta de produtos. O representante da Fetraf-PR, Eldo Matte, e Adilson Korchak, da Fetaep, criticaram a qualidade do serviço da Copel, atribuindo a privatização como um fator para a falta de investimentos. Maristela da Costa Leite, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), afirmou que a energia deve ser um direito garantido a todos e cobrou uma resposta do governo.
Carlos Finkle, do Assentamento Contestado, em Lapa, destacou os impactos sociais, como a perda de medicações e vacinas, além dos danos econômicos. A reunião contou com a presença de representantes da Fiep, da Defensoria Pública e de vereadores de Francisco Beltrão, onde ocorreu um protesto de produtores rurais. O vereador Policial Oberdan criticou a falta de diálogo da Copel com os representantes do povo.
Um documento com as principais reivindicações foi entregue à Copel, incluindo um plano emergencial para os apagões, um prazo para restabelecimento da energia, a revisão da estrutura operacional e compensações financeiras. A empresa se comprometeu a realizar a limpeza de 150 km de linhas de transmissão até o dia 28 de março na Região Sudoeste.
Fonte: ALEP