Embora planejamento seja uma das principais palavras usadas por candidatos políticos, e até gestores após eleitos, na prática, poucos sabem planejar. Até organizam o planejamento e pensam sobre ele. São traçados planos, criados programas com nomes ousados (alguns até bonitos), e muitas vezes se formam comitês para planejar o tal planejamento. As metas são criadas, mas chegar a elas quase sempre vira apenas uma ponte de fumaça.
Relatório recém-divulgado pelo TCU (Tribunal de Contas da União) mostra a fragilidade das políticas públicas e dos programas de governo, e elas se revelam pela falta de planejamento.
Dentre as 17 ações analisadas foram identificadas falhas na institucionalização ou regulamentação de 65% delas; erros de planejamento em 53%; problemas de coordenação presentes em 47%; além de inadequações na gestão de recursos financeiros e humanos (59%). Há ainda falhas no monitoramento (59%); transparência (24%); e gestão de riscos (41%).
Embora o item “erros de planejamento” tenha um quesito só pra ele, todos os demais problemas teriam sido contornados se o plano tivesse sido eficiente e seguido à risca.
Não basta planejar, é preciso planejar de maneira eficiente. Caso contrário, é apenas um plano executado quase que aleatoriamente.
Planejamento requer conhecimento, organização, estratégia, liderança, e, de novo, conhecimento. Um plano bem feito e bem executado é a garantia de eficiência e economia. Afinal, quantos contratos vemos aditivos sendo concedidos no decorrer da obra? Quantas obras paradas por erro de planejamento? Ou pior, quantas intervenções malsucedidas que mais atrapalham a vida do cidadão do que contribuem? Na prática, apenas dinheiro jogado fora.