A informação oficial, divulgada pelo IBGE, registrou que o número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado somou 31 milhões de pessoas no trimestre móvel encerrado em agosto, uma alta de 4,2% na comparação com o trimestre encerrado em maio e de 6,8% em relação ao mesmo trimestre de 2020. Já os empregados sem carteira assinada no setor privado ficaram em 10,8 milhões, uma alta de 10,1% no trimestre e de 23,3% no ano, as maiores variações da série histórica. Já a taxa de desocupação fechou o trimestre móvel encerrado em agosto em 13,2%, queda de 1,4 ponto percentual na comparação com o trimestre terminado em maio, ficando em 13,7 milhões de pessoas.
O número de trabalhadores por conta própria ficou em 25,4 milhões de pessoas, recorde da séria histórica, com altas de 4,3% no trimestre e de 18,1% na comparação anual. A taxa de informalidade foi de 41,1% da população ocupada no trimestre, o que equivale a 37,1 milhões de trabalhadores informais no país. No trimestre encerrado em maio, a taxa ficou em 40% e no mesmo trimestre de 2020 estava em 38%.
Apesar da expansão das pessoas ocupadas (trabalhando), o rendimento real habitual caiu 4,3% na comparação trimestral e 10,2% na anual, ficando em R$ 2.489 em agosto, as maiores quedas percentuais da série histórica, reflexo do aumento da informalidade. Pesquisadores e analista do IBGE destacam que o rendimento real está em queda, ou seja, “embora haja mais pessoas trabalhando, a remuneração desse contingente maior é, em média, menor”.
São os “sintomas” da retomada econômica no cenário pandêmico. Se há sacrifícios de empresários em diversos setores reduzindo lucros, renegociando dividas e buscando alternativas para voltar ao mercado ou mesmo manter as “portas abertas”, do outro lado, o trabalhador também está – em muitos casos – redobrando sua cota de sacrifício para manter a renda mínima e não engrossar a fila do desemprego.
O cenário do “novo normal”, em uma primeira análise apresenta um quadro em que a volta ao trabalho, a recuperação da clientela e reaceleração dos negócios, embora ainda tímida e temerária em muitos setores, traz ônus e bônus para empregados e empregadores. E, finalmente, neste momento, é preciso deixar o ceticismo em último plano e fazer do limão, uma limonada que seja saborosa e nutritiva a todos!