Cotidiano

Sesa destinará R$ 25 milhões para cirurgias; o dobro de 2019

Após um ano e meio suspensas, o Paraná autorizou no último dia 12 a retomada das cirurgias eletivas

Sesa destinará R$ 25 milhões para cirurgias; o dobro de 2019

Cascavel – O secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto, cumpriu agenda em Cascavel ontem (21). Acompanhado da diretora da 10ª Regional de Saúde de Cascavel, Lilimar Mori, Beto falou com a imprensa sobre temas ligados à pandemia, como a retomada das cirurgias eletivas, fechamentos de leitos de UTI Covid e vacinação.

Após um ano e meio suspensas, o Paraná autorizou no último dia 12 a retomada das cirurgias eletivas (não urgentes). Os procedimentos foram interrompidos como medida para liberar hospitais e profissionais, além de medicamentos para intubação.

Contudo, apesar de as eletivas estarem interrompidas há mais de um ano, o Estado não conseguiu organizar a lista de pessoas que precisam desses procedimentos. Beto Preto admite apenas que o número represado “é muito grande”. “Nós temos mais um ano e meio de pandemia, então existem aí dois anos e meio, em média, de muitas especialidades na fila. Não dá para ter um número porque ele é muito dinâmico. O número depende muito das regiões, depende muito dos municípios e também dos próprios prestadores de serviço. Nós estamos averiguando essas tabelas, mas eu tenho uma noção de que é um número que a gente não consegue fechar. É um número muito grande, muito amplo e nós vamos ter que fortalecer essa estratégia a partir dos prestadores de serviço também”.

De acordo com ele, o governo do Estado irá disponibilizar pelo menos R$ 25 milhões para a realização desses procedimentos, o dobro do usado em 2019. “Em 2019, o Ministério da Saúde disponibilizou R$ 6 milhões para as eletivas e nós [Estado] colocamos R$ 6 milhões, então, virou um pacote de R$ 12 milhões para fazer as cirurgias eletivas. Nós vamos ter que fazer um pacote bem maior desta vez. Na semana passada, foi aprovada na Assembleia Legislativa uma possibilidade, uma autorização de reversão de recursos provenientes de multas no Procon que farão parte desse nosso esforço agora de atendimento de cirurgias eletivas. São R$ 35 milhões, mas nós não podemos gastar tudo. Então, em torno de 70% desse dinheiro vai para cirurgia eletiva”.

Pós-pandemia

Beto Preto afirma que o governo do Estado precisará trabalhar em quatro frentes cruciais no pós-pandemia. A primeira é uma frente sistêmica, que é a reconstrução da atenção primária em saúde, que, de acordo com ele, sofreu um “abalo completo.”

Os outros pontos são a retomada das cirurgias eletivas, a atenção à reabilitação de pacientes com sequelas da covid-19 e o cuidado com a saúde mental das pessoas. “É fundamental discutir a questão da saúde mental das pessoas. Muita gente ficou doente, muitos precisaram de hospital, e, daqueles que foram internados, uma quantidade maior não foi para UTI, mas ficou dentro de um hospital achando que poderia piorar todo dia… Essas pessoas têm algum tipo de abalo psicológico que precisa ser tratado em algum momento. Por outro lado, no Paraná, são mais 33 mil famílias que perderam entes e que nem sequer tiveram condições de elaborar efetivamente o luto. Então, nós temos uma tarefa muito grande pra frente e vamos ter que trabalhar isso, dentro dos ambulatórios de consórcios de saúde, dentro dos ambulatórios de especialidades”.

Fechamento de UTI Covid

A diretoria da 10ª Regional de Saúde, Lilimar Mori, confirmou ontem que os leitos de UTI Covid começam a ser desativados a partir de 1º de agosto. “Teremos fechamento de leito observando a curva da nossa pandemia. Se houver reversão dessa curva, volta tudo a ser como está hoje, por exemplo. Nós não fechamos nenhum leito ainda. Isso vai acontecer a partir de 1° de agosto. Nós temos que entender que os leitos covid continuam ativos, e eu não tenho mais leitos para colocar. Então, vai ser gradual, vou fechando leitos covid, dependendo desses números, e abrindo possibilidade para [cirurgia] eletiva”, explicou.

Ela informa que a 10ª Regional pretende dar início às cirurgias efetivamente no início de agosto. “Aquele paciente que precisa de uma cirurgia e precisa de uma avaliação, por exemplo, cardiológica, ele não vai operar amanhã. Então, esse passo a passo das eletivas, junto com a observação da covid-19, é necessário. A gente não pode dizer que amanhã vamos ter tantas cirurgias, não existe essa possibilidade. Esse estudo está sendo feito agora, da metade pra frente de julho, e eu acredito que em agosto a gente comece algumas eletivas.”

Avanço da vacinação e a variante Delta

De acordo com o secretário Beto Preto, o cronograma de vacinação contra a covid-19 está mantido: “Nós vamos bater 80% da população vacinável pelo menos com a primeira dose até meados de agosto e vamos conseguir, se tudo ocorrer bem e o cronograma do Ministério de entrega de vacinas continuando nessa mesma linha, em meados de setembro podemos bater a meta de vacinar todos os paranaenses que quiserem tomar a vacina.”

Já sobre a variante Delta, a qual já foi identificada em 13 casos no Paraná, Beto Preto diz que as equipes da Sesa seguem monitorando e que ainda não há transmissão comunitária.