Educação

Paraná busca inspiração no modelo finlandês

Comitiva passará três semanas em Helsinque para conhecer detalhes do setor educacional do país europeu

Paraná busca inspiração no modelo finlandês

O governo do Paraná estabeleceu os primeiros contatos para firmar parceria com a Finlândia na área de educação. O governador Carlos Massa Ratinho Junior autorizou que uma delegação com 40 professores da rede estadual de ensino passe três semanas, em abril de 2020, em Helsinque, capital finlandesa, para conhecer detalhes do setor educacional do país europeu, uma das maiores referências mundiais na área.

O intercâmbio foi definido durante visita ao Palácio Iguaçu de uma comitiva finlandesa liderada pelo embaixador do País no Brasil, Jouko Leinonen. Um memorando de intenções deve ser assinado nas próximas semanas entre as partes. “A educação é uma das grandes apostas do nosso governo. Precisamos buscar o que existe de melhor no mundo para nos desenvolvermos”, afirmou Ratinho Junior.

Reconhecida pelo modelo bem-sucedido de educação pública, a Finlândia ocupa invariavelmente os primeiros lugares no Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), pesquisa internacional que ocorre a cada três anos e visa avaliar os sistemas educacionais básicos em todo o mundo.

Experiência que pode ajudar o Paraná a avançar no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), uma das metas estabelecidas pela Secretaria de Estado da Educação e do Esporte.

Na prova dos anos iniciais do Ideb, o Paraná oscila entre a 3ª e a 4ª posição. Nos anos finais, quando a avaliação é aplicada no 9º ano, o Estado aparecia em 6º, com 4,05, no Ideb 2011 e caiu para 7º com 4,65 na prova de 2017, atrás de Goiás, Rondônia, São Paulo, Santa Catarina, Acre e Mato Grosso.

No Ensino Médio o gargalo é mais crítico. Em 2009 o Paraná liderava o ranking nacional com 3,92. O Ideb 2017 mostrou que o Estado caiu para 7°, com 3,66. Nesse período, oscilou entre 2° e 8°.

“A Finlândia é uma referência por capacitar bem seus professores, ter uma escola organizada e aplicar uma boa aula. Não é algo intransponível, impossível de o Paraná atingir”, destacou Renato Feder, secretário da Educação e Esporte. “Desde janeiro estamos em contato com o consulado da Finlândia em busca de parcerias. Essa troca de experiências, com nossos professores visitando escolas e conhecendo como é feita a formação dos professores finlandeses, será fundamental. Podemos, sim, trazer o modelo para o Paraná”.

De acordo com o secretário, o objetivo é melhorar a aprendizagem em sala de aula, o que passa necessariamente pela valorização de professores, pedagogos e diretores, por isso a aposta no intercâmbio internacional.

Animado com a parceria, o embaixador da Finlândia no Brasil explicou que a troca de experiências, contudo, deve respeitar a natureza de cada comunidade: “A Finlândia é um pequeno país com uma educação que deu certo. Mas não dá simplesmente para copiar de um local e levar para o outro. Podemos servir de inspiração ao Paraná, aplicando nosso modelo que tem o melhor custo-benefício para a sociedade: qualidade custando pouco”.


Intercâmbio para alunos da rede pública

O governo do Estado já enviou para votação na Assembleia Legislativa o projeto de lei que propõe a instituição do Programa de Intercâmbio Internacional Ganhando o Mundo, da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte.

Esse é o primeiro passo para a implementação do programa, que ofertará aos estudantes do Ensino Médio da rede pública formação acadêmica em instituições de ensino estrangeiras e a experiência de morar em outro país. A iniciativa é inédita no Paraná.

De acordo com o projeto de lei, poderão participar do Ganhando o Mundo estudantes que estiverem cursando a 2ª série do Ensino Médio na rede pública e que tiverem no mínimo 15 anos no momento do embarque e no máximo 17 anos e seis meses até o retorno ao Brasil. Os estudantes interessados em fazer o intercâmbio deverão, obrigatoriamente, concluir e ser aprovado em curso preparatório de língua estrangeira, que será ofertado gratuitamente pela Secretaria da Educação.

Além do curso preparatório, os estudantes selecionados para o intercâmbio receberão uma ajuda de custo de seis parcelas. Durante o período em que estiver no exterior, os ficarão hospedados em casas de famílias ou residências estudantis cadastradas no programa.