Cotidiano

Negociações permanecem emperradas

Cascavel – Sem acordo entre os proprietários da área desapropriada para a construção do Aeroporto Regional do Oeste, entre Cascavel, Tupãssi e Toledo, muito provavelmente os pagamentos terão de ser feitos por intermédio da Justiça.

Ontem, durante encontro na Amop (Associação dos Municípios do Oeste do Paraná), os empresários descartaram a possibilidade de assinatura de um termo de aceitação devido ao valor proposto aos indenizados, considerado baixo.

O valor médio do alqueire proposto pelo Estado é de R$ 170 mil, enquanto o praticado no mercado é de R$ 300 mil.

Reservado a essa finalidade, o governo paranaense deixou em caixa R$ 10,5 milhões. “Os valores repassados aos indenizados depende da localização e de outras condições, como proximidade das estradas rurais. O montante ofertado condiz também com uma avaliação que leva em conta a produtividade dos últimos anos na região”, explica o assessor especial da Casa Civil, Leopoldo Fiewski.

Os advogados da PGE (Procuradoria-Geral do Estado) estiveram ontem em Cascavel para discutir caso a caso. Essa é uma última tentativa de acordo entre os proprietários e o governo estadual, embora antes da reunião muitos já estivessem bem pessimistas quanto ao resultado. “Estão nos oferecendo um valor muito abaixo de mercado”, reclamou um dos indenizados.

O grupo se manifestou durante o encontro criticando a lista feita “às pressas”, sem que todos os nomes dos proprietários da área estivessem estabelecidos.

A governadora Cida Borghetti (PP), que desengavetou um projeto de quatro décadas, deixa o governo estadual neste mês e, embora já esteja em andamento a transição de governo, o futuro governador Ratinho Júnior (PSD) não se manifestou sobre o projeto. “Esperamos que o projeto seja mantido, no entanto, o tema não foi debatido com a equipe de transição. Acreditamos que, pelo bom relacionamento entre Ratinho e [Leonaldo] Paranhos, o trabalho será mantido pelo bem de toda a região”, avalia Fiewski.

Em edital publicado dia 8 de dezembro, foram convocados os proprietários para negociar com a Coordenação de Gestão de Planos e Programas da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística. A partir da manifestação dos empresários seriam definidos valores e condições.

Os advogados da PGE garantiram ontem que, caso algum dos indenizados tenha interesse na proposta, o dinheiro será depositado tão logo a documentação seja concluída.

No meio do ano, a governadora Cida assinou o decreto de utilidade pública para desapropriar a área de 60 alqueires entre Cascavel e Tupãssi, quando fez o depósito de R$ 10,5 milhões para pagar a desapropriação.