Cotidiano

Jovens em risco

Dados do Cedip (Centro Especializado de Doenças Infecto Parasitárias), de Cascavel, mostram que 45,2% das notificações de HIV/Aids,registradas entre 2010 e 2016, estão entre adultos jovens de 20 e 34 anos. O índice representa 468 pessoas – 365 homens e 153 mulheres.

Conforme a coordenadora-geral do Cedip, Josana Horvath, é nesta faixa etária que a vida sexual é mais ativa e há a troca de parceiros. O grupo de 20 a 34 anos é também, segundo Josana, o que mais procura os testes rápidos para HIV/Aids, o que contribui para um número maior de diagnósticos positivos.

Pessoas entre 35 e 49 anos também estão na lista das maiores notificações para o período. De acordo com o levantamento, 345 homens e mulheres nesta faixa etária apresentaram resultado positivo. Este grupo responde por 33% do total.

Em seguida, está o grupo de 50 a 64 anos, com 147 notificações (14,3%), de 15 a 19 anos, com 57 notificados (5,5%), 65 a 79 anos, com 12 notificações (1,1%) e, por fim, de 10 a 14 anos, com apenas seis casos (0,6%). Somadas todas as categorias, o Cedip notificou nos últimos seis anos 1.035 pessoas – 637 homens e 398 mulheres.

“É necessário lembrar que neste período houve a redução do uso de preservativos, o aumento do uso de drogas entre jovens e todas as questões culturais envolvidas”, comenta a coordenadora. Hoje, em Cascavel, 1,1 mil pessoas estão em tratamento com antirretrovirais.

Exposição

Entre as categorias de exposição, também entre os anos de 2010 a 2016, 71,6% dos casos estão relacionados a heterossexuais, outros 19,3% a homossexuais, 5,8% entre os bissexuais, 0,5% por transmissão vertical – infecção ou doença a partir da mãe para o seu feto no útero ou recém-nascido durante o parto – e outros 2,6% não informaram.

Relação entre HIV e Aids

É importante destacar que nem todas as pessoas infectadas pelo HIV terão Aids a médio ou curto prazo. Porém, mesmo sem desenvolver a doença, a pessoa portadora do vírus HIV poderá transmiti-lo. A doença pode demorar de cinco a dez anos para se manifestar. “O vírus que entra no organismo destrói as defesas da pessoa [os linfócitos T CD4, um dos tipos de glóbulos brancos]. Com isso, a imunidade fica muito baixa e há o risco de o portador desenvolver outras doenças. É aí que a Aids se manifesta”, explica Josana.

Como diagnosticar

A melhor maneira de se diagnosticar a presença do vírus HIV no organismo é por meio dos testes rápidos. Qualquer pessoa pode fazê-lo e em qualquer serviço de saúde público ou privado.

De acordo com a Secretaria de Saúde de Cascavel, no público pode ser solicitado por médico ou enfermeiro. Qualquer pessoa que tenha vida sexual ativa e não tenha usado o preservativo deve fazer o exame e solicitá-lo em suas consultas de rotina. Quem quiser, pode procurar sua unidade básica de saúde mais próxima e se informar sobre realização do teste rápido para HIV.

No Cedip, o teste rápido é realizado durante todo o ano nas segundas, terças e quartas-feiras, às 8h15, e nas quintas-feiras das 7h às 17h. É necessário trazer um documento com foto.

Programação

Neste Dia Mundial de Luta contra a Aids, lembrado hoje, haverá abordagem nos terminais Oeste e Leste, com auxílio do grupo de apoio Vida e Atitude e demais voluntários. A ação pretende divulgar e ofertar os testes rápidos e distribuir materiais educativos e preventivos. Hoje e amanhã o Cedip oferta teste rápido de HIV e Sífilis, na Rua Engenheiro Rebouças, 2940.

A programação segue durante o mês. No próximo dia 8 haverá realização de teste rápido na Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná) para HIV e Sífilis.

Contágio e prevenção

A transmissão do vírus HIV ocorre através de relação sexual sem preservativo com indivíduo infectado, de mãe para filho durante o parto ou amamentação, contato direto com sangue infectado ou até mesmo ao utilizar a mesma agulha ou seringa que uma pessoa que contém o vírus no organismo.

Vale lembrar que existem maneiras fáceis de evitar o contágio como o uso de camisinha em todas as relações íntimas, utilização de luvas e materiais esterilizados se houver a necessidade de tocar em sangue ou outras secreções e evitar o compartilhamento de seringas,