Guaíra – As 20 famílias que moram às margens do Rio Paraná, em Guaíra, em uma área do Ibama, participaram ontem de uma audiência de conciliação na Justiça Federal em Umuarama e saíram de lá frustradas. O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente não aceitou que as famílias permaneçam no local tampouco ampliou o prazo para a desocupação que se encerra no dia 19 de julho.
O encontro foi articulado pela Defensoria Pública da União, que passou a auxiliar mais recentemente as famílias em um processo que foi iniciado em 2002, mas que só transitou em julgado em 2018.
Segundo a representante dos moradores, a pescadora Gerlene Caroline Rodrigues do Carmo, nos últimos anos o processo praticamente correu à revelia e os moradores achavam que a permanência deles ali já estava pacificada. “Minha avó, minha mãe, eu e agora minha filha moramos aqui… É a quarta geração já. Se tirarem a gente daqui, para onde vamos? Não temos para onde ir”, destacou.
Cada família foi representada ontem por um de seus membros na audiência. Todos seguiram de ônibus para Umuarama e a única esperança que levaram para casa é a possibilidade de serem realocados em outra área. Isso porque, segundo Gerlene, o juiz teria solicitado que o Município de Guaíra verifique, em até 30 adias, a existência de alguma área pública para onde as famílias possam ser levadas.
Além da não permanência dos ribeirinhos no trecho que pertence ao Ibama, a expectativa é para que seja fechado o porto, usado pelos pescadores profissionais de todo o Município para terem acesso com os barcos ao Rio Paraná.
Reportagem: Juliet Manfrin
Às margens do Rio Paraná: Última tentativa para evitar o despejo de 20 famílias